Quem somos, do que gostamos, o que queremos na vida, são questões que vão surgindo aos adolescentes e para as quais nem sempre existe uma resposta. A adolescência é a fase de descoberta de nós próprios e dos outros. Nesse sentido, coloca-se a questão:
Recorrendo á etimologia da palavra consciência, esta vem do termo latino conscientia, de consciens, particípio presente de conscire = estar ciente, com uma possível raiz formada de junção de duas palavras do latim; conscius+sciens: conscius, que sabe bem o que deve fazer, e sciens, conhecimento que se obtém através de leituras, de estudos, instrução e erudição.
Nesse sentido, consciência é uma qualidade psíquica, isto é, pertence à esfera da psique humana. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que pertencer-se no mundo mas ser-se no mundo e do mundo, e isso exige outras implicações.
Seguindo o raciocínio, a consciência poderá ter dois sentidos: a descoberta ou reconhecimento de algo exterior (objeto, realidade, situação) e as modificações sofridas pelo próprio Eu. É um processo dialético no sentido de mover-se “do Eu para o mundo” e “do mundo para o Eu” e inicia-se nos primeiros meses de vida na relação mãe-bebé.
Esta experiência da relação permite a construção de um esquema mental para a realidade exterior para que mais tarde exista a construção interna de significados, seguidamente a separação da mãe enquanto objeto de relação permanente (18 meses aproximadamente), para mais tarde se dar a diferenciação do seu viver do viver dos pais (aproximadamente aos 3 anos).
Por volta dos 3/ 4 anos a criança desperta para o prazer fora da família, i.e., sentimento de pertença ao grupo mas também a solidificação dos papéis e regras sociais (4/5 anos).
Observa-se posteriormente uma relativa estabilidade alcançada durante os anos de latência (termo usado por Freud que compreende o intervalo entre os 6 a 10 anos) concomitante ao período de escolarização da criança, onde a sua energia está investida nas atividades escolares e nas relações sociais, mas também, privilegiando a companhia dos pais.
Quando a adolescência começa (inicia-se aos 10 anos e compreende o período até aos 19 anos), pelo contrário, tudo é confusão, o que dá lugar a novas e variadas separações. Trata-se da confusão acerca do seu corpo que surge com os primeiros pelos púbicos cuja aceitação passa pela elaboração do luto pela perda do corpo infantil e da perda de imagem dos pais da infância (Aberastury, 1965).
Na adolescência produz-se também, para além de uma cada vez mais ampla integração social, a integração da sexualidade. É um período de criação de significados pessoais e aproximação à maturidade através de um plano de ensaios que testam a aproximação – separação com os seus maiores e com os pares, procurando congruência na relação entre os objetos externos e internos.
A consciência crítica diz respeito ao crescimento harmonioso entre duas dimensões, ou seja, a reflexão sobre si próprio e a atenção sobre o mundo. O crescimento unilateral de qualquer uma destas duas dimensões pode conduzir à perda da identidade (só consciência do outro) ou ao isolamento (crescimento apenas de si).
O autoconhecimento é a chave para alcançar esse grau de consciência que nos permite tomar decisões adequadas e que nos satisfazem.
A questão muitas vezes colocada é se realmente os problemas da adolescência são uma coisa dos tempos modernos, criando-se desta forma quase que um mito em redor da questão. Ora alguns entendidos referem que a principal novidade da adolescência de hoje em dia é que a puberdade (fase de transição da infância para a fase adulta, em que ocorrem mudanças biológicas e fisiológica significativas), acontece cada vez mais cedo, ao mesmo tempo que os deveres da vida adulta tendem a assumir-se cada vez mais tarde.
O grau de dificuldade na relação pais e filhos durante este estágio depende muito de como convergem os padrões de relacionamento e funcionamento do sistema familiar transmitidos ao longo dos tempos, a transgeracionalidade, com os stressores previsíveis e imprevisíveis deste período que suscitam ansiedade (quer dos pais quer dos adolescentes) e obrigam o sistema a se adaptar.
Para determinada família a adolescência pode ser vivenciada com maior sofrimento e, para outra, pode ser um estágio promotor de crescimento coletivo e individual de cada membro do sistema.
É fundamental neste contexto os pais estarem atentos à narrativa que estão a promover quando se dirigem ao adolescente de forma a não projetar os seus próprios desejos e sonhos. O papel da comunicação é extremamente importante nesta interação. É imprescindível existir da parte dos pais uma escuta ativa aos desejos e interesses do adolescente, validando os seus sentimentos tais como possíveis medos e inseguranças, procurando ajudá-lo a refletir sem impor opiniões. Torna-se necessário também, deixar de lado os pensamentos deterministas no que respeita a decisões para a vida no mundo laboral e promover flexibilidade suficiente para permitir perceber que a qualquer momento pode ser possível adaptar o percurso.
É certo e sabido que muitas decisões como esta são influenciadas pelos pares, contudo, é importante salientar que o grupo de pares capacita o meio para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional do adolescente. As amizades na adolescência são fundamentais para o processo de criação de identidade. O sentimento de pertença ao grupo dá ao adolescente a segurança necessária para lutar contra a angústia da solidão típica desta fase.
Nesse sentido, torna-se necessário às famílias ampliar fronteiras, reconfigurar o sistema com novas funções e tarefas que permitirão a individualização do adolescente, ou seja, o afastamento e aproximação conforme o grau de dificuldade para gerir as situações que vivencia.
Criar com o adolescente uma relação de confiança é fundamental para ativar processos criativos entre pais e filhos com o objetivo de despertar novos sentidos, cooperativamente, para melhoria das relações a partir de uma responsabilidade individual e coletiva.
Em caso de dúvidas, poderá sempre procurar um profissional da área para ajudar a encontrar respostas. Saiba que posso ajudá-la(o) neste processo de construção de identidade, marque a sua consulta hoje!
Quantas e quantas vezes, no nosso dia a dia, andamos com preocupações relacionadas com o futuro ou com o passado; com a falta de tempo ou dinheiro; com a quantidade de coisas que há para fazer; com as coisas que pensamos que não nos podemos esquecer; e acabamos por esquecer o mais importante: O sentimento de amor e a gratidão.
O tempo passa a correr. Mesmo para aqueles mais atentos ao tempo e à consciência do sentir, é difícil estar presente nas coisas que são realmente importantes.
Às vezes tenho vontade de colocar o mundo no “pause”, para me poder concentrar naqueles que amo: Estou a falar de família e de amigos, estou a falar das pessoas que mais adoro e pelas quais estou super grato de as ter comigo nesta experiência de vida que estou a ter.
Estudo Psicologia há mais de 30 anos; todos os dias foco-me em desenvolver a minha espiritualidade; todos os dias foco-me em me tornar melhor do que fui no dia anterior; e mesmo assim, a verdade é que todos os dias “ponho o pé na poça”.
Todos os dias falho um pouco com os que mais amo e quando dou conta, já aconteceu: Já esqueci de valorizar algo; já esqueci de entregar boas palavras e bons pensamentos; já permiti a minha impulsividade de sentir sair cá para fora sem filtro e sem o devido cuidado com o outro e com a minha comunicação.
É verdade que o mundo anda muito rápido, cada vez mais rápido.
É verdade que temos pouco tempo para nos cuidar a nós e aos outros.
É verdade que os desafios da vida são diários e constantes.
Mas também é verdade que somos o único animal do planeta terra que tem a possibilidade de se RECONSTRUIR, REIVENTAR e MELHORAR nas áreas que escolhemos FOCAR.
Acredito que somos todos feitos do mesmo. Somos todos feitos de energia. E igual atrai igual. Se queremos realmente viver uma vida mais abundante, é necessário tomar em atenção ao nosso estado emocional e ao impacto que este tem nas pessoas a nossa volta.
Quando parte de nós a energia do amor, da boa disposição, da bondade, da amizade, tudo e todos com que nos relacionamos reagem a essa energia.
Acredita, essa é a magia da vida, faz por semear amor e magia por onde caminhas.
Como a minha cara metade costuma dizer: “Coisas boas vão acontecer.”
Até breve,
Miguel Gonçalves
Diretor Clínico do Learn2be
Embora muitos acreditem que a “infância é a melhor fase da vida de uma pessoa”, infelizmente isso nem sempre é verdade. Enquanto as depressões do adolescente e sobretudo as do adulto já estão há muito descritas e comentadas, a das crianças e sobretudo, as mais pequenas, ficaram até pouco tempo atrás, no silêncio, como se estas não pudessem senão ser poupadas pelo sofrimento de uma moral que não tinham acesso, isto porque, não se acreditava que as crianças pudessem sofrer deste tipo de perturbação emocional.
Apenas à cerca de umas décadas atrás, começou-se a tomar lentamente a consciência de que efetivamente as crianças podem sofrer deste problema, e que quando isto acontece é tão difícil para elas como para os adultos.
Muitas depressões da criança, poderão estar ligadas a um acontecimento vital, como por exemplo, a separação dos pais, mudança de escola, mudança de região ou país, a permanência num hospital, ou numa casa de acolhimento, falecimento de algum dos pais, ou irmão, ou de alguém muito próximo…
A criança pode expressar esse quadro depressivo de uma forma mais ou menos evidente, pois varia de acordo com as caraterísticas da própria criança, ou seja, a depressão infantil pode ser manifestada por diferentes sintomas, (muitos deles, diferentes dos adultos e dos adolescentes). Por exemplo, a depressão de um bebé, não tem as mesmas caraterísticas comportamentais da depressão de uma criança de 5-6 anos ou de uma criança de 10-12 anos. Isto porque, quando as crianças são pequenas, têm menos capacidade de se expressar e podem apresentar choro intenso ou irritabilidade, agressividade e queixas somáticas. Deste modo, o quadro semiológico da depressão da criança é, portanto, muito menos preciso do que a depressão do adulto.
As crianças em idade escolar, podem manifestar um humor irritável ou rabugento, com uma fraca concentração, memorização e consequente queda acentuada do rendimento escolar. Podem manifestar um certo isolamento e até tornarem-se agressivas, recusando-se a participar nas atividades e jogos coletivos.
É aqui que a Depressão Infantil se apresenta na sua forma atípica, escondendo os verdadeiros sentimentos depressivos sob uma máscara de irritabilidade, de agressividade, hiperatividade e rebeldia. O pensamento pode estar confuso, pois os sentimentos estão exacerbados.
Contudo, apesar de algumas crianças poderem apresentar a depressão de uma forma atípica, alguns dos casos apresentam os designados, sintomas clássicos, tal como nos adultos, onde predomina a tristeza, ansiedade, expectativa pessimista, mudanças nos hábitos alimentares, no sono ou, por outro lado, problemas físicos, fadiga, cólicas intestinais, dores inesperadas, fraqueza, tonturas, mal-estar geral e desinteresse pelas atividades que habitualmente eram interessantes.
As famílias, os professores e as pessoas mais próximas, apercebem-se das mudanças na criança, mas na maioria das vezes podem não compreender a sua causa, pelo que muitas vezes, tendem a adiar a procura de ajuda profissional. Até porque, o sentir-se triste ou com raiva devido a perdas ou frustrações são na maioria das vezes, sentimentos normais e passageiros, e até nem necessitam de tratamento. No entanto, dependendo da intensidade, da persistência e da presença de outros sintomas, essa tristeza e a irritabilidade podem ser indícios do desenvolvimento de um quadro depressivo infantil. Assim, os traços que apontam para a doença só são percebidos muitas vezes quando passam a compor um quadro de atitudes e comportamentos muito salientes e frequentes.
As consequências da depressão infantil, possuem um índice de prevalência cada vez maior, pelo que se deve iniciar um tratamento precoce, evitando dessa forma, maiores danos futuros. Até porque, estudos recentes, sugerem que a maioria dos adultos deprimidos começou a ter esses problemas quando era criança, daí a importância de recorrer à ajuda de profissionais especializados.
Assim, é necessário estar atento pois, diante da suspeita de depressão é importante a procura de uma intervenção psicológica que permita não só a diminuição da sintomatologia depressiva, como também a promoção de um desenvolvimento saudável e adaptativo, proporcionando um ajuste socioemocional destas crianças, ajudando-as a enfrentar as suas dificuldades agora e futuramente.
Se sentem que necessitam de apoio, marquem a vossa consulta, podem contar com a minha ajuda!
As relações, nos últimos tempos, tornaram-se mais intensas. Esta intensidade reflete-se, inevitavelmente, na saúde mental e na diminuição do autocuidado. No meio de todos estes desafios, físicos e psicológicos, como é possível identificar uma situação de síndrome de burnout?
É importante perceber que o ritmo de vida que levamos diante toda a tecnologia e as atuais dinâmicas de trabalho no mundo corporativo fazem refletir sobre a sua relação consigo mesmo e com a sua vida. Certo é que se não estão bem consigo próprios, não estarão com ninguém, inclusive com a forma de ver a vida.
O que acontece muito na atualidade é que profissionais que chegam ao ponto do stress crónico não param para fazer adequações nas suas vidas e no modo de trabalho que reduzam esse estado, continuando da mesma forma e arrastando os sintomas por meses, às vezes anos.
As causas são diversas, mas, regra geral, estão aliadas à sobrecarga de funções. O burnout está relacionado com o extremo cansaço sentido por pessoas que trabalham muito, esgotamento. Traduz-se na exaustão, distanciamento emocional, mudanças de humor, irritabilidade, falta de paciência, dificuldade em gerir emoções, sentimento de incapacidade e incumprimento do papel a que está a assumir. Esta não é uma situação exclusiva de quem é muito responsável, controlador ou perfeccionista.
Como não somos invencíveis, uma hora esse desequilíbrio aparece, levando ao que é caracterizado como colapso físico e mental. Os sintomas nesse estágio podem ser tristeza intensa, exaustão completa, dores fortes de cabeça, tontura, pensamentos acelerados, ansiedade e até episódios de pânico.
Costumam ser tão grandes que exigem o afastamento total de atividades e até internação em casos mais extremos.
Procrastinar é uma escolha que vira um hábito que vira stress e que é tóxico, escolha ser saudável e faça o que precisas fazer, autocuidado. Cada pessoa possui os seus próprios gatilhos para o estresse, é fundamental identificar os gatilhos.
Se não tem tempo pra si, terá tempo para o stress. Pode parecer difícil gerir o stress nas nossas vidas, mas a mudança tem que partir de si próprio, quando mudamos, tudo muda a nossa volta. Com tantas obrigações e pendências, seja no trabalho ou em casa, parece que nunca teremos tempo para relaxar da forma desejada, mas o fundamental é dar o primeiro passo.
Devido à velocidade das transformações sociais e tecnológicas, hoje, muitas pessoas acabam se perdendo em meio às inovações constantes. Além de ficarem estressadas, também ficam receosas, preocupadas e com medo de possíveis substituições no trabalho ou de não conseguir acompanhar o ritmo do mundo.
Percebemos também que é necessário desacelerar. De fato, estamos num ritmo de vida acelerado e numa espécie de “piloto automático”. Porém, quando considerarem que é preciso desacelerar, não significa abandonar ou ter a sensação de culpa por não cuidar intensamente das responsabilidade, mas significa buscar o equilíbrio e não viver só para essa determinada situação.
Todo o mundo que já trabalhou um dia sentiu, em algum momento, stress no trabalho. Qualquer trabalho tem elementos stressantes, mesmo que ame o que faz. No curto prazo, pode vivenciar a pressão de atender um prazo ou terminar uma tarefa desafiadora. Mas quando o stress se torna algo crónico, pode ser insuportável, trazendo danos para a saúde física e emocional. Infelizmente, o estresse no trabalho é bastante comum.
– Não procure resposta para tudo. É preciso saber lidar com as incertezas.
– Não existem pessoas perfeitas. Nós não somos perfeitos e não tem como dar conta de tudo ao mesmo tempo.
– Converse mais. A comunicação resolve o conflito. Procure a comunicação assertiva. Elimine a comunicação tóxica. Estimule a escuta ativa e não a defensiva. Ouvir para compreender e não para defender. Baixe a guarda.
– Sempre que possível, guarde um tempo para fazer algo que lhe faz bem. Relaxe!
– Procure baixar o nível de exigência consigo. Fique atento às autocríticas e julgamentos.
– A flexibilidade é também necessária. É necessário não ser rígido, ponderar e encontrar um equilíbrio, com inteligência emocional.
Se considera que está a atravessar uma dificuldade neste sentido, se sente angústia por não conseguir resolver a situação, procure ajuda de um profissional. Falar sobre o que sente é o melhor remédio para aliviar a dor, resolver os seus problemas e superar os desafios.
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“A vida começa onde termina a sua zona de conforto”
A sociedade atualmente vive numa constante incerteza: stress, insegurança, ansiedade, angústia quanto ao futuro profissional e pessoal. Desgaste por conciliar o teletrabalho ou trabalho com a educação dos filhos em casa e as outras áreas de vida. Com o avanço da tecnologia e o aumento de produtividade a nível laboral com a dinâmica do dia-dia, o aumento do uso das redes sociais e os estímulos intermináveis, torna-se importante parar. De outra forma, podem-se desenvolver perturbações de ansiedade.
A ansiedade é um instinto básico do ser humano, algo que foi necessário ao longo do tempo para a sobrevivência e continuidade da espécie humana, uma forma de alerta para enfrentar ameaças: fisicas, mentais ou sociais. Antes de ser inimiga, é um sinal de alerta para proteger dos desafios diários.
A ansiedade torna-se um problema e até uma patologia quando prejudica significativamente o indivíduo no seu dia-dia de forma persistente e inadequada, causando sofrimento e impedindo de realizar actividades nas várias áreas de vida (Belzung e Griebel, 2001).
Por isso, o ideal é identificar quais os sintomas e usá-los como aliados para ação e não como inimigos que prejudicam nas tarefas do quotidiano.
Já todos nós sentimos ansiedade em algum momento, antes de um acontecimento particular ou novo, já que o que nos é desconhecido nos causa alguma tensão, é normal acontecer. No entanto, a forma como lidamos com a ansiedade é que vai definir se esta se torna uma patologia ou se nos ajuda na ação e proatividade no dia-dia. Um exemplo de quando a ansiedade é exagerada e nos prejudica é no caso de algum evento específico, o corpo ficar imóvel, sem conseguir obter resposta ou ação.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): é o tipo mais comum. O TAG é melhor descrito como um estado contínuo de tensão e nervosismo mental e ou físico, sem uma causa concreta. Um pouco de ansiedade, pode acontecer, mas quando essa ansiedade é contínua e sem motivo aparente, pode ser transtorno de ansiedade generalizada.
Ansiedade social: Alguma pessoas sofrem de fobia social, um medo irracional de situações sociais. Pequenos níveis de timidez em lugares públicos e circunstâncias sociais, são normais mas quando esse medo nos influência negativamente, pode indicar presença deste tipo de ansiedade.
Ataques de pânico e transtorno de pânico: É no caso do aparecimento de sentimentos muito negativos que causam tanto sintomas mentais como físicos intensos.
Fobias específicas: Fobias específicas são sentimentos intensos de medo por causa de objectos, cenários, animais específicos.
Exemplo: claustrofobia – medo de ambientes fechados; aerofobia – medo de avião; aracnofobia – medo de aranhas, entre outras. As fobias contam com um transtorno de ansiedade, embora algumas pessoas possam passar a vida inteira com uma fobia, sem precisar de tratamento. No entanto, se a qualquer momento a vida começar a mudar como resultado da fobia então torna-se um desafio real. Para a pessoa enfrentar a fobia pode ajudar na cura da fobia a longo prazo, já que expor ao que mais temos receio, ajuda a eliminar esse medo. Neste caso, esta técnica chama-se de terapia de exposição.
Transtorno de stress pós-traumático (TEPT): TEPT é um transtorno de ansiedade que aparece depois do evento traumático.
Transtorno obssessivo compulsivo (TOC): TOC pode ser um transtorno de ansiedade muito destrutivo. Obssessões são uma preocupação com um pensamento específico, geralmente negativo. Compulsões: são baseadas num comportamento como resposta a esse pensamento menos bom.
Além dos vários tipos de ansiedade apresentadas, a ansiedade quando agravada, pode despoletar uma crise de ansiedade. Quando essa crise acontece, os sinais mais comuns podem ser: Taquicardia, tremores, naúseas, suor excessivo, formigamento e sensação grande de falta de ar. A melhor forma de controlar é com ajuda profissional com psicólogo ou psiquiatra. No entanto, no momento que se sente uma crise, poderá ser a execução de várias técnicas de respiração, focando a atenção na respiração tentando aliviar o contexto de crise de ansiedade.
Como eventos traumáticos ocorridos na infância, adolescência ou vida adulta como doenças graves, violência ou o acumular do stress familiar ou ambiental. Caso se venha a desenvolver, os sintomas são diversos, podendo sentir-se apetite desregulado, irritabilidade, sudorese, inquietação, insónia, falta de foco, taquicardia, pensamentos negativos. Caracteriza-se por muita preocupação, medo e tensão, podendo aumentar a dificuldade de se realizar as tarefas do dia-dia (Hettema et al.,2001).
– Meditações, como por exemplo meditação methabavana: significa amor incondicional através de frases/pensamentos enviar amor: a nós, a quem amamos, a uma pessoa que conhecemos e, por fim, algo mais desafiante a alguém que tivemos um conflito – ‘’que…seja feliz’’, ‘’ que…supere as causas de sofrimento’’, ‘’que…encontre a sua felicidade’’ . O estado de meditação potencia as ondas cerebrais: Ondas Alfa e Theta cerebrais, melhorando o relaxamento e a ansiedade.
– Pranayamas, em que prana é energia e yama é controlo, isto é controlo de energia através da respiração. Exemplos: Respiração com contagem crescente e decrescente de 1 a 10, Nadishodana (respiração alternada) e Ujjayi (contração da glote, ativação do sistema parasimpático, melhorando o processo de relaxamento)
– Escrita de reflexões e pensamentos/Escrita terapêutica: Pode-se escrever e repetir diariamente: ‘’Eu aceito-me sem reservas e sou grata’’, eliminando qualquer processo de autocrítica e transformando-o em crenças gratificantes e empoderadas. Além disso, escrever numa coluna pensamentos menos bons e noutra coluna positivos alternativos aos menos bons, para aumentar a consciencialização e potenciar a mudança consciente de pensamento e consequente ação.
– Pote de gratidão, escrevendo e agradecendo diariamente por um motivo que nos faz sentir gratos na vida, por mais simples que sejam pois é na simplicidade e autenticidade que está a beleza e felicidade.
– Organizar uma lista de prioridades de tarefas de 1 a 10 do que se tem para fazer pode ajudar a gestão de tempo e consequentemente influenciar positivamente a gestão emocional e ansiedade. Depois da lista de prioridades, pode-se fazer uma tabela com duas colunas segmentando o que controla e o que não se controla no contexto exterior, focando a atenção no que se controla.
– E, o mais importante, ajuda profissional e terapêutica.
Como impeto geral, este tema é delicado, uma vez que também já senti ansiedade de forma geral e específica em viagens, exames e eventos desconhecidos, no entanto aprendi a lidar com a ansiedade, aceitando-a e compreendendo-a, sendo agora minha aliada, ajudando-me na ação e a sair fora da zona de conforto, que é tão importante. Assim, torna-se interessante a escrita sobre o tema, uma vez que acredito que por já ter sentido, promove a identificação e empatia.
É fundamental salientar também, a importância da gentileza, paciência, palavras e atitudes de amor por não se saber o que o outro possa estar a sentir.
O amor e a empatia curam e por mais que não possa ser totalmente, estamos a passar uma mensagem de amor a cada pessoa que passa por nós, prevenindo de alguma forma o aparecimento de algum tipo de perturbação e potenciando a conexão de uma forma bonita.
Porque será o amor tão importante neste mundo em que vivemos? E qual a consequência da falta dele? Acho que todos nós temos, pelo menos uma pequena noção disso, pois todos os dias conhecemos alguém ou nos deparamos com alguém que já sofreu por amor, seja, um amor por um namorado, o amor por um pai, o amor por um animal de estimação. Lá está, todos os tipos de amor poderão causar diferentes tipos de emoções e a falta dele poderá levar a consequências nefastas se não se cuidar dessa dor, que muitas vezes ele cria ou deixa.
Quando falamos em amor, percebemos que ele tem uma importância primordial na nossa vida e ele rege-nos muitas vezes nas nossas atitudes e comportamentos e por isso torna-se fundamental que se fomente amor em todos os lugares por onde passamos, em todas as pessoas com quem lidamos, em todas as relações que possuímos, pois ele conecta-nos, não apenas a nós mesmos, mas aos outros e ao mundo no nosso redor.
“Só existe uma coisa capaz de mudar a vida de uma pessoa: o amor.”
São muitos os autores que escrevem sobre o amor e o poder deste na nossa vida e são muitas as pessoas que tudo o que fazem na vida, fazem-no com amor, pois o amor, segundo o dicionário trata-se de “um sentimento que induz a aproximar, a proteger e a conservar a pessoa pela qual sente afeição ou atração”, ou “entusiasmo e grande interesse por alguma coisa”, “dedicação e cuidado”, no entanto, todos sabemos que quando falamos de amor, é mais do que uma palavra, é algo que nos conecta ao outro e ao mundo.
É algo que depende de cada um de nós e é algo tão intenso que quando falamos de amor, parece que só a palavra, nos dá ânimo e alento, quando associado a ele existem experiências ou memórias positivas e que causam bem-estar e prazer.
O amor depende de nós. Depende das circunstâncias da vida e depende das pessoas que encontramos ao longo da vida. Como que um ciclo que só faz sentido quando está completo e quando é fomentado, regado e cuidado.
Existem muitos estudos sobre o amor. Mas e se perguntarmos aleatoriamente ás pessoas o que para elas é o amor? Na minha ótica, é claro que todas elas vão dizer o que para elas é o amor segundo a sua experiência e memórias que tenham presentes.
Pois bem, cada um de nós tem uma definição diferente acerca dele e todos nós sabemos que em algum momento da nossa vida, o amor existiu ou existe, porque lá está, quando falamos de amor, não é só o amor que temos pelos nossos pais, tios, primos, família em geral, é mais do que isso, o amor pelo nosso parceiro, amigos, colegas, trabalho, animais de estimação, hobbies e muito mais.
“Nascemos sozinhos, vivemos sozinhos, morremos sozinhos. Somente através do amor e da amizade podemos criar a ilusão momentânea de que não estamos sozinhos.”
Uma frase bem conhecida, que é capa de livro “O amor não cresce nas árvores”, poderá ser uma grande frase de inspiração para todos nós que pensamos no amor e queremos saber mais sobre o amor. Mas como diz esta frase, ele não cresce nas arvores, o amor não é algo que possamos colher sem antes semear, é algo que não podemos simplesmente ir lá buscar pois ele é mais que isso: é preciso cuidar, é preciso tratar e é preciso acima de tudo perceber que se não o fizermos, ele irá morrer. Como as árvores, se não as cuidarmos, se não regarmos, se não lhe dermos atenção, elas acabarão por morrer.
Muitas pessoas dizem que o amor é mágico e esta magia é fundamental quando falamos em deixar sempre um bocadinho de amor em alguém ou em alguma coisa. Esta magia faz-nos querer dar amor e faz-nos querer todos os dias regar este amor.
Falar em magia poderá levar-nos para uma infinidade de terrenos mas aquilo que eu quero transmitir, é exatamente aquele encanto e fascínio que está descrito no dicionário.
Acredite no amor, acredite na magia. Acredite em si mesmo. Acredite nos seus sonhos. Se você não o fizer, quem o fará?
Quando falamos de semear algo, primeiro de tudo precisamos sempre de uma semente, a semente precisa de água, fertilizantes, conhecimentos acerca de uma série de temáticas como épocas do ano, tipo de semente, tipo de água, tipo de terreno, mas acima de tudo, depende do ser humano. Depende muito da forma como vimos as coisas, como analisamos as coisas, como nos damos ás coisas e acima de tudo, depende de cada um de nós enquanto ser humano.
Um dia alguém disse-me uma coisa que fazia sempre por onde passava e por quem passava: Tentava sempre deixar alguma coisa a essa pessoa, tentava fazer com que ela se sentisse um pouco melhor do que estava antes de vê-la, nem que fosse com apenas um sorriso.
E eu aí pensei: então mas se todo o mundo fizesse isso, então nós seríamos bem mais felizes e a vida seria bem mais fácil não era? então porque as pessoas não o fazem e porque pensam única e exclusivamente num primeiro momento em receber. Não todas e é claro que sempre haverão excepções e são essas excepções que ainda hoje mantém o amor de pé e ainda mantém esta magia no ar.
É engraçado perceber como a magia é tão bonita para todos nós: crianças, adolescentes, adultos, idosos. Como ela nos faz vibrar e nos faz saltar da cadeira para aplaudir de pé e querer ver o mais perto possível .
A magia nos circos, a magia do natal, que agora passou, a magia das crianças quando abrem os presentes. A magia vai ser sempre um alicerce para cada um de nós e é esta que nos faz todos os dias querer mais e amar mais.
Primeiro de tudo ama-te. Ama o que és e ama o que tens. Todos os dias vai haver um contratempo, todos os dias vai haver uma pequena coisa que nos vai balançar e querer desistir, mas todos os dias essas coisas servem para moldar-nos e deixar-nos mais fortes.
Segundo: se amanhã fores a algum lugar, tenta deixar magia e amor por lá.
Se hoje ainda fores sair de casa tenta que a magia e o amor vão e se espalhem. Amanhã no almoço lembra-te da magia. Depois no final do dia, usa essa magia com os teus filhos, marido. No trabalho, tenta e verás que o teu dia vai correr melhor.
Se pisares uma poça de água no caminho e ficares molhado ou existir muito trânsito em plena circular, mesmo assim não te esqueças do amor e da magia. Não te esqueças que por onde quer que vamos, de onde quer que vimos, o momento aconteceu e tu podes ser simplesmente uma pessoa cordial e de cara fechada ou podes sempre melhorar o dia ou o momento de quem se cruza contigo, através de um sorriso ou de um olhar. Porque lá está, semear amor trará frutos e ás vezes os frutos aparecem quando menos esperamos.
Porque acima de tudo estás a fazê-lo por ti, e não pelos outros, e quando fazemos por nós, então tudo faz mais sentido. Mas lá está, ás vezes o amor dói e parte-nos o coração. Faz-nos duvidar de tudo e querer desistir dele, pois ele pode ter várias formas e feitios e entre todas essas formas e feitios, ás vezes não acontece tudo como sonhámos.
Então: Quando saímos, quando estamos em casa, quando interargimos com alguém, quando estamos a trabalhar, quando vamos passear o cão, sempre será importante lembrar que o amor existe por aí e ainda existem muitas pessoas que ainda cultivam o amor, deixam-no espalhado por aí todos os dias, cuidam e muitas vezes esse amor é só um simples gesto, que no final, pode mudar a vida de uma pessoa naquele momento.
E tal como disse antes, o amor ás vezes dói e muitas vezes ele dói tanto que precisamos de ajuda para lidar com ele, como quando temos um ente querido que morre e não conseguimos lidar com a dor associada ao luto, ou quando temos uma relação super boa que nos deixa felizes todos os dias e de repente ela acaba e o nosso mundo parece que desaba.
Mas, lá está, acho que quando algo nos faz tão bem, também nos pode magoar de alguma forma e isso não depende de nós e não quer dizer que precisar de ajuda em determinado momento é demonstrar que se é fraco, muito pelo contrário. Quando percebemos que não conseguimos lidar com determinada dor ou situação, então o primeiro passo está dado e esse sim é o passo mais difícil: pedir ajuda.
E não tem nada de mal pedir ajuda. Todos nós já precisámos de ajuda na vida, para alguma coisa não já? Marque já hoje a sua sessão e comece a mudar a sua vida!
Às vezes não paramos para pensar na simplicidade das pequenas coisas que nos (des) ligam uns aos outros, e no impacto que as mesmas têm no nosso dia, na nossa disposição, na forma como encaramos a vida ou ainda, nos relacionamos e em como construímos as nossas relações.
Um breve “bom dia” ou “boa tarde” com quem nos cruzamos à saída do prédio, um desejar “bom trabalho” a quem nos devolve o troco do café, um simpático “com licença” quando queremos passar à frente na escada rolante, um simples “obrigad@” quando nos entregam a fatura com número de contribuinte, um sincero “desculp@” quando chocamos com alguém a entrar para o metro, ou até mesmo um sorriso ao desconhecido com quem trocamos um olhar só de passagem. Se nos sentimos bem quando recebemos algum destes gestos, porque não também os termos para os outros? Podemos fazer o dia de alguém e nem imaginamos, como alguém tem faz a diferença quando mais precisamos.
“Sê generoso. Algumas das melhores coisas que terás são aquelas que dás.”
Sejamos mais generosos para os outros e para nós próprios. Age para os outros como gostavas que agissem contigo. Sê a pessoa que gostavas de conhecer. Deixa o mundo como gostavas de o encontrar.
“Sê gentil para tudo o que vive.”
Todos precisam e merecem amor. Desde os humanos, aos mais velhos, aos mais novos, à nossa família e amigos, como ao desconhecido que acabamos de conhecer, o animal doméstico que tanto amamos ou o ser vivo inofensivo que vive lá fora, as plantas que compramos para decorar a nossa casa e as que preenchem a mãe natureza. Quanto mais cuidadosos e atenciosos formos e valorizarmos o que nos rodeia, mais iremos também receber esse retorno, nalgum momento. Se muitos de nós acreditamos que as marés de azar existem, em que tudo corre mal e não temos sorte nenhuma em nada, porque não escolhemos inverter esta crença e acreditar que se fizermos o bem, recebemos o bem?
“A forma como fazes algo reflete a forma como fazes tudo o resto. E qualquer coisa digna de se fazer é digna de ser bem feita.”
A vida que vivemos é da nossa responsabilidade. A forma como escolhemos posicionar-nos face à mesma, diz muito sobre nós também. A nossa postura perante a vida, os outros, e nós mesmos, vai definir como vivemos o que nos acontece. Por isso, preenche a tua vida com amor. Faças o que fizeres, faz com brio e com orgulho. Não faças só porque sim, não digas só porque sim. Tem intenção nas tuas ações e entrega com valor o que fazes, pois fará a diferença.
“Ser corajoso e ter medo ocorrem normalmente em simultâneo.”
Acreditar e sonhar são dois fatores muito importantes para alcançar. Mas não bastam e, por si só, não concretizam. É preciso agir sobre os sonhos. Este deve ser o nosso ponto de partida – saber que somos nós próprios o grande e único motor para conseguir o que queremos. O artista sonha, o artista projeta, o artista pode até planear, mas a obra só nasce quando o artista a concretiza. Não há arte sem artista. Da mesma maneira que também não há realidade sem sonho. Nem sucesso sem medo.
“(…) quando te dedicares de corpo e alma a tudo aquilo que fizeres, vais sentir-te mais vivo do que nunca – e é aí que a magia acontece.”
Já alguém lhe disse “isso és tão tu!” ou “isso é mesmo a tua cara!”? O que fazemos, como fazemos, dizemos ou estamos, torna-se característico da nossa maneira de ser e também um fator que nos diferencia. Torna-nos quem somos e permite que os outros nos identifiquem e se lembrem de nós, pelas particularidades que nos distinguem e nos tornam únicos. É muito bonito quando depositamos quem somos no que fazemos e, com isso, deixamos a nossa marca e o nosso testemunho pessoal por onde passamos. Só quando nos conseguimos entregar com plenitude é que conseguimos também receber o mesmo dos outros.
Não há nada que nos faça sentir melhor connosco próprios do que sabermos quem somos e que vivemos em concordância com o nosso verdadeiro eu, mantendo-nos fiéis à nossa essência. Para isso, em primeiro lugar, precisamos de nos conhecer e definir enquanto per individual que somos, ou seja, estruturar a nossa identidade, a nossa personalidade ou, como se diz em psicologia, o nosso Self.
A terapia pode ajudar neste sentido, pela possibilidade de explorar o que se pensa e sente, exponenciando assim a capacidade de autoconsciência e, consequentemente, autoconhecimento. Estas ferramentas de desenvolvimento pessoal, são essenciais para consolidarmos a nossa identidade, vivermos bem connosco próprios e construirmos raízes que nos irão diferenciar uns dos outros, o que nos permitirá deixar a nossa pegada no mundo e na vida de cada um que nos rodeia. Conte com o meu auxílio nesse processo, marque a sua consulta hoje.
Eis duas questões que considerei.
Se eu olhar para a imagem do lado direito, o que vou ver?
Se alguém ao meu lado olhar para a mesma imagem, o que vai ver?
E em relação á imagem, mas virada ao contrário (lado esquerdo)?
Coisas diferentes não é ?
Pois bem, aqui está a verdadeira dicotomia do ver e olhar, porque afinal não são definições iguais como a maior parte de nós acha, apesar de serem regidos pelo mesmo órgão: os olhos. Sendo uma das principais características do ser humano e tendo uma função determinante em toda a nossa vida, as informações que processamos com os olhos acerca daquilo que nos rodeia não está apenas nos olhos mas na maneira como usamos os olhos para observar o que nos rodeia.
São um órgão do ser humano como disse antes mas quando olhamos não estamos só a olhar, estamos a usá-los para obter informações, e mais, existe muito mais além do obter determinada informação ou focar-se em determinada coisa. Algo precisamente mais simples do que imaginamos: a verdade que dizem estar por detrás de um olhar, pois são os olhos que expressam exatamente aquilo que nós estamos a sentir, sendo primordial para a comunicação não verbal com o outro e querendo ou não, é algo que usamos todos os dias e é algo que nos ajuda muito na comunicação, não só a entender o outro, mas também a fazer com que o outro nos entenda.
Quando nos damos conta, percebemos que é impossível não comunicar através do olhar. É impossível que os nossos olhos não digam exatamente aquilo que por vezes nós mesmos tentamos esconder, no entanto entre ver e olhar existem algumas diferenças e é precisamente nestas diferenças que me baseio para hoje entender melhor este sistema no contacto com o outro e no contacto com o meio em que estamos inseridos.
Quando dizemos a alguém: “olha ali por favor. Vê aquilo”, estamos mais voltados para o sentido físico da visão, isto é, aquilo que é a principal função dos olhos: ver o que está ao nosso redor. No entanto, a questão não é assim tão linear pois quando pedimos a alguém que olhe para algo, não esperamos apenas que essa pessoa veja determinada coisa que dissemos mas que veja para além disso e para além do que é visível e lhe dê atenção: a chamada atenção e concentração.
Esperamos que a pessoa mantenha a atenção naquilo ou que olhe apenas por segundos e vire o olhar, pois já olhou e o ato já está concretizado?
Olhar vai para além do ver e implica perceber os detalhes particulares além da visão, tratando-se de uma manifestação inconsciente, enquanto ver é algo mais imediato e simples, sendo mais usado para a percepção de que algo existe e está ali.
Por exemplo, determinado objeto está ali e é vermelho. Isto é aquilo que estamos a ver. Ir mais além é perceber os detalhes, compreender o objeto, tornando-se uma experiencia única e individual para cada um de nós, como por exemplo “é preto, apresenta uma forma bidimensional e assemelha-se a um laço daqueles que colocamos nos presentes”.
O olhar necessita desta tal atenção especial, leva a perceber o outro e a mexer com o outro, pois consegue provocar reação, pois leva a pessoa a prender a atenção e a pensar sobre aquilo, podendo mesmo criar angústias.
Por exemplo, olhar nos olhos de alguém é o mais próximo que se pode “tocar os cérebros” pois é a única parte do nosso cérebro que está exposta ao mundo, segundo autores, ou esta frase célebre e conhecida mundialmente, “O olhar não mente”, pois sabe-se que os olhares expressam um universo rico de emoções e sentimentos.
Segundo o pesquisador Masataka Watanabe, do Instituto Max Planck, de Tübingen, na Alemanha, ver e olhar são acões distintas, pois envolvem duas áreas diferentes do cérebro: enquanto uma se destina a algo superficial, a outra encontra-se ligada a uma visão mais aprofundada do objeto em questão, da análise. Enquanto o lado direito é responsável pela imaginação e criatividade, o lado esquerdo é responsável pela memória e pelo passado.
Desta forma, podemos perceber que através do olhar já temos algumas pistas acerca do que estamos a fazer ou a pensar. Certo? Mais que isso, podemos ter a noção do que o outro sente e perceber como alguém se sente através do olhar, para mim é uma grande chave para nós humanos.
Percorrendo a época, sabemos que já em 1960, psicólogos desenvolveram estudos acerca do olhar e como as pupilas dilatavam quando eram estimulados por alguma coisa, quer seja ao nível de interesse intelectual ou emocional. Caso o contrário aconteça e tenhamos medo de alguma coisa ou nos sintamos inseguros, será que as pupilas também dilatam? A resposta é não, aí tendem a retrair-se, porque lá está, o homem é um ser complexo como bem sabemos, sabendo-se que na cultura ocidental, esta dilatação das pupilas era associada a algo atrativo a nível físico fazendo com que muitas mulheres usassem um extrato vegetal porá provocar esta dilatação – a beladona. Nestas culturas, as pessoas que mantinham o contacto ocular eram vistas como mais inteligentes e mais sinceras e detinham maior aprovação a nível social mas também sabemos que este contacto visual focado ou não pode ser uma estratégia que o nosso cérebro arranja para podermos por exemplo reter algo que uma pessoa diz, pois quando nos focamos em algo, é mais fácil absorvemos a informação. Como isto surge com as informações que queremos reter, também surge com situações que queremos evitar. Quando nos encontramos num dado momento perante algo que nos provoca medo, receio, a tendência é de desviar o olhar e o foco não fica ali.
Se eu tiver um teste para a semana e a professora estiver a fazer uma revisão acerca da matéria, eu vou estar atento se quiser tirar boa nota, certo? Mas se no entanto eu começar a pensar a meio na minha relação que está mal e que me tem angustiado muito, se eu me focar nessa imagem, o meu olhar não vai ser apenas direcionado aquela matéria mas a algo que está na minha mente e fica tudo mais confuso, porque á partida não vou conseguir prestar atenção a nenhuma das partes: aí está, para olharmos para determinada coisa com uma atenção mediada e tendo em conta os detalhes, temos de olhar com tudo o que envolve o olhar: o cérebro tem de estar destacado para aquilo.
Pode-se dizer que o olhar é o “colocar-se no lugar do outro”. É ele que permite uma das coisas mais importantes que existem na Psicologia: a escuta ativa e a Empatia que usamos todos os dias nas nossas consultas. É precisamente através desta empatia e esta escuta ativa que podemos ajudar alguém a olhar para algo de determinada forma, pois a percepção que a pessoa tem vai influenciar a maneira como pensa acerca disso e consequentemente o seu comportamento.
Então se a pessoa mudar a forma como percepciona algo, o que acontece? Os comportamentos também irão mudar, tornando-se então num ciclo vicioso: Eu olho o mundo, o mundo olha-me da mesma forma, mudamos, as coisas mudam á nossa volta e a forma de olhar o mundo muda. E aqui temos o que queremos: A mudança.
Quando existe este bloqueio e não conseguimos olhar para uma dada situação de forma a podermos analisar eficazmente essa mesma situação, o bloqueio está na forma como se olha e não no olhar de cada um de nós, porque tal como eu disse, os nossos olhos apenas são distintos na cor, tendo todos a mesma funcionalidade na vida do ser humano.
Por isso e desta forma, é fundamental desenvolver o olhar, pois ele traz transformação e compreensão.
Podemos ter em conta o seguinte exemplo: quando uma pessoa vê um filme. Todos na mesma sala vêm o mesmo filme mas a interpretação feita do mesmo vai depender sempre do olhar de cada um, da forma como olha e da forma como absorve determinada situação. Por exemplo, as pessoas que têm tendência a ter mais ansiedade, muitas vezes não conseguem parar e olhar para as situações pois estão fixos apenas no futuro e não no aqui e agora, podendo então levar a uma série de outros problemas, como por exemplo aumento da ansiedade e ataques de pânico.
Pois bem, sabendo a diferença entre ver e olhar, podemos ver exatamente que por vezes é nesta forma que surgem os problemas e que muitas vezes surgem as desilusões perante algo ou perante a vida. Então e se a forma de olhar mudasse? e se o que estiver errado seja apenas a maneira como se olha? Assim torna-se mais simples e é possível que a Psicologia nos ajude nisso. Através da consulta de Psicoterapia, é possível esta mudança e é possível percebermos porque forma não estamos a olhar da melhor forma para determinada situação. Fundamentalmente percebemos o que está a bloquear-nos e quando se percebe isso, torna-se mais fácil entender, compreender e mudar.
Fundamentalmente, o objetivo passa por identificar pensamentos, estímulos e experiências que levaram a pessoa a determinada situação, como por exemplo, medo, ansiedade, insegurança e dessa forma perceber e identificar as diferentes emoções e sentimentos, identificar comportamentos e crenças associadas para permitir assim ampliar a consciência acerca dos mesmos através do verbal e dessa forma levar a que a mente fique mais organizada e limpa. Quando algo está mais limpo e organizado, olhar o mundo também fica mais leve e mais saudável e consequentemente, o que sentimos também ficará mais organizado.
É na mudança que está a solução e ás vezes é no pedir ajuda que isto começa. Marque já hoje a sua sessão e comece a mudar a sua vida!
Ver e olhar são palavras que expressam ideias diferente. Ver se refere ao ato de registar uma cena ou objeto. Olhar é ver com intencionalidade; o Olhar é lento e complementa o Ver, pois traz sentimento, sensibilidade e contemplação.
“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”
O ato de Ver é algo complexo, encerra vários processos. Eruditos e místicos destacaram a posição superior do olhar interno, a capacidade de enxergar em diversos níveis. Ver para além da aparência, longe da perceção imediata. A milenar filosofia do Yoga refere o 6º Chakra, o terceiro olho, que pode ser treinado e desenvolvido pela atenção plena, um dos princípios da arte de meditar.
Quando Buda se iluminou, ele deixou a sua visão antiga, uma visão bela e harmoniosa, contudo limitada à realidade dos muros do palácio onde cresceu.
Intencionalmente “protegido” pelo seu pai, de qualquer visão ou experiência de miséria, doença, velhice ou morte. A primeira vez que Buda ousou espreitar para além dos muros que o cercavam, conseguiu ver a realidade, conseguiu ver o mundo com toda sua beleza, imperfeição e impermanência. Expandiu o seu olhar com compaixão e sabedoria para algo mais amplo, que até então, jamais havia conhecido.
Por muitas gerações, esta capacidade intuitiva foi enterrada pelo preconceito limitante da inquisição, de leis, dogmas e crenças irreais. Homens e mulheres foram aniquilados por darem voz as suas perceções instintivas. Na atualidade não temos uma inquisição, mas temos uma “ditadura” tão convencionada por filtros e selfies, as pessoas estão perdendo a sua capacidade de ver a realidade tal qual como é.
Pois estão obcecadas ao tipo de imagem padronizada, que irão publicar nas suas redes sociais. Perdendo a beleza do momento mesmo tendo uma paisagem paradísica aos seus pés.
Passando achar que, o mais importante, é o ângulo certo que irá favorecer a selfie perfeita, sobrepondo a sua face numa bela paisagem, numa obra de arte ou num monumento histórico.
Tal como o pai de Buda, esta incessante busca rasa pelo disfarce para evitar a dor da constatação da “imperfeição” da impermanência da vida; de ser aceite sem julgamentos, faz com que as pessoas se escondam atrás de filtros para obter a melhor qualidade e versões de si mesmas, na maior parte das vezes, longe da verdade.
Usar as redes sociais para comunicar, promover um produto, criar conexão, é aceitável e necessário nos tempos modernos. Contudo, quando você consente que as redes sociais se apropriem da sua vida e se tornem o conceito de quem você é como pessoa, isto pode tornar-se num jogo preocupante e nocivo. É provável que se crie uma imagem ilusória de si, ou uma narrativa de uma vida que você gostaria de ter, e que do outro lado, os outros pesam que você realmente tem. Mas não tem relação com a sua verdade, com a sua realidade.
Cada pessoa tem suas próprias lentes para olhar o mundo, a realidade. Quantas são as realidades? Se formos duas pessoas a observar, existe a minha realidade, a sua realidade e a realidade por si. Duas ou mais pessoas podem olhar para um mesmo objeto ou evento e elaborarem diferentes interpretações de uma mesma realidade.
Entre tantas visões e certezas diferentes, afinal, qual delas é a realidade? Nenhuma? Todas? A realidade é muito maior do que nossas formas de a perceber. A conclusão que cada um chega, depende da sua cosmovisão, de como nutriu sua sede de conhecimento e valores.
Quanto mais diversificado o nosso menu de lentes, quanto mais profunda a consciência de quem somos e de tudo o que nos rodeia, mais profundo será este olhar, mais detalhado e amplificado, despido de julgamento ou crenças limitantes.
Um exercício interessante para apurar o modo de Olhar, é, experimentar falar com alguém do seu círculo próximo, alguém que passou pela mesma experiência que você. Converse com esta pessoa (um irmão ou irmã, por exemplo). Diga-lhe como você vê sua mãe ou seu pai. Em seguida escute e observe os referencias e pontos de vista do seu irmão. Qual é a diferença entre você e ele? Talvez, a visão dele é completamente diferente da sua. Mas não se preocupe em determinar qual é visão certa ou errada, porque cada um tem modo diferente de ver. Apenas tome consciência dessa diferença. Pois se você acreditar que vê a realidade, que você é quem está certo, vai interpretar que o outro está errado.
“O preconceituoso tem olhos e não vê, enxerga e nada distingue.”
Marshall B. Rosenberg em seu livro: Comunicação Não Violenta (CNV), refere que o primeiro componente desta comunicação segura e saudável, acarreta necessariamente separar observação de avaliação. Precisamos observar claramente, sem acrescentar nenhuma avaliação, o que vemos, ouvimos ou tocamos que afeta nossa sensação de bem-estar.
“As observações constituem um elemento importante da CNV, em que desejamos expressar clara e honestamente a outra pessoa como estamos. No entanto, ao combinarmos a observação com a avaliação, diminuímos a probabilidade de que os outros ouçam a mensagem que desejamos lhes transmitir. Em vez disso, é provável que eles a escutem como crítica e, assim, resistam ao que dizemos.”
Portanto, para ver e comunicar melhor, você deve se conhecer, abandonar os modos antigos, as lentes empoeiradas e obsoletas que limitam um visionamento mais claro.
Se esta leitura mobilizou em si algum desejo de mergulhar neste olhar interior, audição interior, perceção interior, conhecimento interior e comunicação clara e assertiva. Nós estamos aqui para facilitar o seu processo. Pois, falar, só é terapêutico, quando o olhar e a escuta, são qualificados.
“Porque eu faço terapia? Porque ela acende uma luz sobre aquela mobília que eu vivo tropeçando cegamente.”
Se analisarmos de imediato se existe alguma diferença entre “ver” e “olhar”, certamente iremos dizer que não, ou seja, ver e olhar são sinónimos. Porém, mesmo sendo sinónimos, na prática existe diferença entre ver e olhar. Quando vemos sem olhar com atenção, não existe reflexão e nem análise, é algo frio e sem interesse. Ver é identificar algo ou alguém de imediato, não estimula a experiência e vivência, e também não resulta uma ação e nem atitudes, é, portanto, indiferente.
Quando realmente olhamos, esse olhar vem com um genuíno interesse, é lento, analítico, traz sentimento e sensibilidade, requer atenção, olhar os detalhes, observar com cuidado. Olhar é ponderação, exige dedicação e profundidade interior.
Precisamos aprender a olhar melhor tudo o que nos rodeia, interpretar e interessarmo-nos por algo ou alguém com genuíno interesse. Admirar a natureza, a arte, a música, o belo, em tudo tem uma mensagem, cabe a nós interpretarmos com olhar curioso e vontade de aprender com os ensinamentos da vida.
Procurar comunicar-se com o universo por todos os caminhos, o que a vida quer dizer-lhe. Não é porque está a passar por isso, mas sim, para que é que está a passar por isso. A resposta sempre vem depois do acontecimento e quer dizer-nos algo. Fique atento ao seu olhar, à sua interpretação.
“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.
É interessante como todos vemos o mesmo filme, mas a interpretação do filme vai depender do olhar de cada um.
Vemos muito e olhamos pouco, assim como ouvimos muito, mas escutamos pouco, sem escuta ativa. Quando olharmos algo ou alguém, devemos desapegarmo-nos dos preconceitos, das crenças limitantes, críticas e julgamentos, mudar o mindset.
É muito comum quando ouvimos o outro a falar de alguma situação e logo iniciamos a falar da nossa situação, como se a nossa história fosse mais importante do que a do outro, exemplo: vê o seu amigo, mas está a olhar para o seu amigo?
Ele diz: “Ontem senti uma dor de cabeça”
Ter interesse pelo que o amigo está dizendo e perguntar:
Como foi a dor? Tem sido frequente essa dor? Já foi ao médico?
Modelo de ver um amigo e não ouvi-lo (A pessoa além de não ter a escuta ativa ainda começa a falar da sua própria dor):
Diz: “Tenho sentido muita dor de cabeça também, a minha é do lado direito, é muito mais forte…”
Quando pensa que as suas verdades são verdades absolutas, está na hora de parar e refletir a respeito das suas opiniões. Como costuma conversar com as pessoas? Só você fala ou também tem uma escuta ativa? Realmente ouve o que as pessoas falam e se interessa pelo que elas estão a falar? Precisa de empatia, colocar-se no lugar do outro, não é o dono da verdade!
A percepção que tem de si próprio irá influenciar os seus pensamentos e, consequentemente, o seu comportamento: “Tudo depende de como vemos as coisas e não de como elas são”
Da mesma forma que se olha, irá olhar o mundo e consequentemente interpreta que o mundo olha para si da mesma forma, ou seja, é espelho e reflexo. Quando muda, tudo muda a sua volta, pois a forma de olhar o mundo muda.
Com a ajuda de um psicólogo é possível identificar os gatilhos, as experiências e os pensamentos que provocam algum trauma, tais como o medo, a depressão, a ansiedade, a insegurança, o que conduz a identificar e a encarar de frente as diferentes emoções e sentimentos que podem conduzir à cura.
O objetivo da terapia é identificar padrões de comportamento e pensamentos, crenças e hábitos que estão na origem do problema, ajuda a ampliar a consciência através da fala, da expressão verbal, os problemas diluem, a mente fica limpa e organizada. Assim, começa a olhar se e olhar o mundo de uma forma mais leve e saudável.
Se sente que necessita de apoio para olhar para a sua vida de forma diferente, conte com o meu auxílio no processo. Marque a sua consulta presencial ou online hoje!