A Dra. Anabela Ferreira foi entrevistada pelo canal Saúde + onde aborda a temática da Autoestima e Desenvolvimento Pessoal.
Certamente já ouviu uma amiga dizer que gostava de ser mais alta, ou que se pudesse mudava uma série de coisas em si própria. Mas quando é que nos devemos preocupar com este tipo de comentários?
A Dra. Anabela Ferreira responde a esta e a muitas outras questões na entrevista. Tire o melhor partido da entrevista e seja o melhor de si! Conte connosco para o(a) ajudar nesta jornada de desenvolvimento pessoal.
Num artigo para o site dos laboratórios NIAM a Psicóloga Carolina Almeida, da Clínica de Psicologia e Coaching Learn2Be explica o significado de ansiedade e como esta o(a) pode afetar.
Sente-se ansioso ou stressado? Não foi a primeira pessoa nem será certamente a última – não está sozinho! Toda a gente se sente ou já sentiu, em algum momento da sua vida, stress e ansiedade. Faz parte da nossa vida, é saudável sentir, mas é importante aprender a lidar com ela. Mas afinal, o que é ansiedade e stress?
Neste mês de Março 2023, poderá encontrar na Revista Sábado um artigo do Dr. Miguel Gonçalves (Diretor Clínico da Clínica de Psicologia e Coaching Learn2Be) sobre o Coaching.
No passado dia 24 de Janeiro, a Dra. Maria Inês Costa foi entrevistada pelo canal Saúde +, a falar-nos um pouco acerca da temática da depressão e do luto, informando acerca de como esta problemática pode impactar a nossa vida e de que forma.
Quando falamos de depressão, esta constitui uma patologia que pode passar despercebida, uma vez que os seus sintomas podem ser atribuídos a várias causas (como doenças físicas ou stress). Na depressão, as atividades do dia a dia da pessoa são associadas a um sofrimento intenso, o que impacta o estilo de vida da pessoa e os sintomas são persistentes.
Normalmente, temos a tendência de procurar tratamento já no limite. No entanto, o tratamento é emergente para que a depressão não se agrave mais.
A depressão não é uma frescura, nem algo somente passageiro. Esteja atento aos sinais e sintomas que são mencionados na entrevista e:
Cuide-se.
Ame-se.
A vida vale a pena.
Antes de começarmos a classificar o que é a Perturbação depressiva, faz sentido contextualizar a realidade portuguesa desta doença. Algo que não se deve subestimar.
Estima-se que Portugal está no top 3 de países europeus com maior prevalência de depressão. Na União Europeia quatro em cada 100 pessoas foram diagnosticadas com depressão. Sendo assim, a depressão pauta-se como uma das doenças psiquiátricas mais globais. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a depressão é uma das principais doenças psicológicas no mundo de hoje em dia.
Torna-se fulcral distinguir o conceito de tristeza e de depressão, pois apresentam diferenças relevantes no diagnóstico. A tristeza acaba por ser um sintoma da depressão, mas o que o distingue é a intensidade, a duração e a frequência. Sendo a tristeza uma emoção universal, todos a sentimos em algum momento, mas acaba por ser passageira, ou seja, é uma reação a algum evento/estímulo.
Quando falamos de depressão, esta constitui uma patologia que pode passar despercebida, uma vez que os seus sintomas podem ser atribuídos a várias causas (como doenças físicas ou stress). Na depressão, as atividades do dia a dia da pessoa são associadas a um sofrimento intenso, o que impacta o estilo de vida da pessoa e os sintomas são persistentes. Para além disso, o quadro depressivo, quimicamente, deve-se à alteração de neurotransmissores de serotonina (5HT), dopamina (DA) e noradrenalina (NA), como costumo dizer, as hormonas do relaxamento, felicidade.
• Humor deprimido ou a perda do interesse ou prazer em grande parte do dia, quase todos os dias. Tem de haver a presença, ainda, de pelo menos 4 dos sintomas seguintes:
A depressão resulta de uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos:
Normalmente, temos a tendência de procurar tratamento já no limite. No entanto, o tratamento é emergente para que a depressão não se agrave mais.
O suicídio é uma possibilidade que não deve ser negligenciada e o tratamento é essencial para reduzir o risco e permitir a melhoria dos sintomas.
Existem diversos tratamentos para a depressão, incluindo-se os medicamentos antidepressivos e a
psicoterapia. De acordo com cada caso, o complemento das duas terapias pode funcionar muito bem e nenhum cria dependência.
De um modo geral, são tratamentos que devem ser prolongados durante um período de tempo significativo, conduzindo à sua eficácia
O prognóstico da depressão é bom e depende essencialmente do tratamento instituído e de um adequado controlo de todos os fatores de risco presentes em cada caso.
A depressão não é uma frescura e o apoio de familiares e amigos pode ser crucial para a sua cura. Muitos doentes com depressão não procuram tratamento, embora existam formas eficazes de a tratar. Conte comigo para este processo!
Cuide-se.
Ame-se.
A vida vale a pena.
Convido todos a pensar sobre o trabalho, emprego, escolhas, comportamentos e burnout. Precisamos de refletir sobre o conceito de burnout, afinal de que se trata? É aquela sensação de angústia? Enxaqueca? Insónia? Irritabilidade? Pessimismo? a dor do cansaço? exaustão completa?
A partilha de testemunhas de quem por lá passou, de quem passa, é sempre conteúdo de valor… Caso para afirmar: “liguem o sinal de alerta!”
Em 1974, o psicólogo Herbert Freudenberger (1926–1999) abordou, pela primeira vez, as alterações físicas e as mudanças comportamentais consequentes do esgotamento, desilusão e perda de interesse pela atividade laboral entre voluntários de uma clínica em Nova Iorque (Freudenberger, 1980, cit. in Cormack & Cotter, 2013). Por isto, é considerado um dos fundadores do conceito de burnout, tendo um papel decisivo no desenvolvimento da investigação e estudo desta síndrome (Cormack & Cotter, 2013).
Apesar das diversas alterações que a definição do conceito de burnout tem vindo a ter ao longo das décadas, é consensual que se trata de uma resposta caracterizada pela exaustão emocional e física em indivíduos que trabalham em contextos extremamente desgastantes e exigentes (Cormack & Cotter, 2013).
“Sentia uma enorme pressão na cabeça e um zumbido constante... À noite adormecia por duas ou três horas e acordava em pânico. Não queria que viesse a noite, não queria adormecer! Não queria que viesse o dia, não queria trabalhar!”
(Testemunho, in Ribeiro, 2022)
Desde 1 de Janeiro de 2022, que a síndrome de burnout vigora oficialmente na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde, sendo reconhecida como uma doença ocupacional e, portanto, um problema de saúde pública (Jornal Público, 2019). Esta integração estabelece a relação direta entre o ambiente de trabalho das empresas e a saúde física, mental e emocional dos seus colaboradores, para além do impacto indireto nos projetos empresariais devido ao prejuízo provocado pelo absentismo e pela redução de produtividade (Cormack & Cotter, 2013; Demerouti, 2015).
Freudenberger (1980) definiu três etapas da evolução degenerativa da síndrome de burnout (Freudenberger, 1980 cit. in Nagoski & Nagoski, 2019):
“Um ano. Dois anos. Três anos. Já não está tão fácil de acreditar. Começa a ser doloroso ver o que nos rodeia. A Luz começa a falhar. Ora uma lâmpada se funde, ora outra. Mas, e a missão, afinal era aquilo que ainda me restava. E, acorda, levanta e segue o caminho. As feridas começam a ser cada vez mais presentes e profundas. Já não se sabe com quem se pode contar para continuar a caminhar. Parar no tempo é emergente. O cansaço apodera-se. E o que se vê não é bom. O que se sente é horrível.”
(Testemunho, in Ribeiro, 2022)
A realização das funções, serviços laborais torna-se dolorosa e angustiante. Vive-se no desgaste e na perda de capacidades emocionais, mentais e psicológicas.
A despersonalização é descrita como a necessidade de assumir um distanciamento nas relações interpessoais inerentes à atividade profissional (mas também com repercussões no ambiente familiar), resultando num agravamento das mesmas dada a adoção de um comportamento permanentemente hostil, distante, impessoal e apático (Cormack & Cotter, 2013).
A perda de realização pessoal caracteriza-se pela sensação de ineficácia e perda de competências, gerando descontentamento, desmotivação e insatisfação com o trabalho (Cormack & Cotter, 2013; Nagoski & Nagoski, 2019).
“Os dias começam a ser cada vez mais carregados mesmo que se trate de uma rotina habitual.”
(Testemunho, in Ribeiro, 2022)
O burnout interfere em todas as esferas da vida do indivíduo, o qual manifesta sintomas físicos, mentais ou emocionais, nomeadamente (Cormack & Cotter, 2013; Nagoski & Nagoski, 2019):
“... sou funcionária numa organização onde não há qualquer estratégia. Governa-se ao sabor do momento. Não há objetivos definidos...Há um sistema que não privilegia o bom desempenho e a excelência. (...) Os conflitos não são resolvidos, (...) Todos os dias há mudanças; em quatro meses já estive em dois locais físicos diferentes. (...) Nos últimos tempos, pensar em trabalho deixa-me irritada e impaciente, (...) Agora passou a representar, além da ansiedade, uma tristeza profunda, falta de prazer nas atividades, dificuldade em tomar decisões, perda de apetite e de peso. Tenho brancas de memória, desesperança, um sentimento de desvalorização pessoal, e por vezes tenho mesmo vontade de deixar tudo para trás.”
(Testemunho, in Ribeiro, 2022)
Segundo Christian Dunker, “as pessoas olham para a própria vida como se fosse uma empresa a ser medida pelos resultados.” Todos os dias uma corrida sem fim. Vemos mas não olhamos. Ouvimos mas não escutamos. Sentimos mas desvalorizamos. Estamos rodeados de pessoas mas não relacionamos. Pensamos mas não refletimos. Sobrevivemos e não vivemos. Vazio. Solidão, um sentimento universal que afeta a todos em algum momento da vida. A solidão pode estar associada à separação e pode-se manifestar em sentimentos de abandono, insegurança, inutilidade, falta de esperança, rejeição, infelicidade e dor. Num dado momento da vida emerge a urgência de parar mas, quantas vezes não fugimos dos nossos olhares?
O burnout é uma resposta complexa e incapacitante ao stress prolongado ou crónico inerente à atividade profissional. Deste modo, são várias as situações que podem desencadear esta síndrome, nomeadamente (Cormack & Cotter, 2013; Armstrong & Taylor, 2014; Nagoski & Nagoski, 2019):
O burnout conduz a uma reação em cadeia, pois sem um ambiente de trabalho saudável, as empresas não conseguirão crescer e prosperar economicamente dado o turnover, a elevada taxa de demissão, a redução de produtividade e os conflitos permanentes entre colaboradores e destes com os seus superiores hierárquicos.
Deste modo, as empresas devem adotar estratégias que impeçam a ocorrência de todos as causas descritas anteriormente. A promoção de um canal de comunicação transparente e permanente entre todos os elementos e departamentos/setores da empresa é fundamental, bem como a fomentação de uma cultura de responsabilidade e respeito corporativo e a disponibilidade empresarial para investir no sistema organizacional da empresa, na gestão de carreiras e no acompanhamento psicológico dos seus colaboradores (Cormack & Cotter, 2013; Armstrong & Taylor, 2014; Pirker-Binder, 2017; Gabriel & Aguinis, 2022).
“É hora de cuidar de ti. Ouves o especialista a dizer “ o seu diagnóstico é Burnout”… E agora? Porquê? Como é possível? Ai, e agora…? É tempo de encerrar capítulo e começar uma nova história. Perdoar. Definir prioridades. Escolher caminhos. Autoconhecimento. Autoconsciência. Gestão da inteligência emocional. Confronto com os fatores de stress.”
(Testemunho, in Ribeiro, 2022)
“Quem lhe ensinou tudo isto, Doutor? – A resposta veio pronta: O sofrimento”
(Albert Camus, A Peste)
“Com a aceitação de uma ajuda especializada e um recomeço. É possível regressar com um novo olhar. Com uma nova filosofia. Com o mesmo valor. Com a mesma missão. Gratidão. O mundo do trabalho, na minha visão, será um mistério incerto, um ambiente desafiador, carregado de energias positivas e negativas. Quando o local onde se trabalha não tem a competência de promover o bem, que haja janelas de oportunidade para os profissionais. Pratique o bem me quero.”
(Testemunho, in Ribeiro, 2022)
No caso destas medidas se revelaram infrutíferas, o acompanhamento por parte de um profissional habilitado é imprescindível para restabelecer o equilíbrio mental e emocional do indivíduo. Estamos aqui para si!
A adolescência é um período de transição. Turbulência. Mudanças internas drásticas, conflitos variados, pressas ou amarras em ebulição. O adolescente vive a adolescência própria da época em que se encontra. Uma adolescência em 2023 não é igual à vivência da mesma etapa nos anos 90, 80, muito menos 50.
Crescer é a função a vida, no geral, mas na adolescência em particular. Crescer fisicamente e crescer mentalmente, numa fase longa do ciclo vital da família em que a capacidade de pensar adquire pela primeira vez um estádio mais alargado, ou seja, adquire formas mais abstratas e lógicas mais robustas que trazem uma consciência, ainda em formação, mais aumentada e capaz. É por isso, uma etapa marcada por buscas, fantasias, trocas e perdas. Onde há sofrimento e desilusão. Mas também, oportunidade de autonomizar e, como tal, um viver novo mais capaz.
Entrevista ao Dr. João Pedro Lagarelhos da Clínica de Psicologia e Coaching Learn2be – Programa Dr. Ajuda no canal Saúde +
O jovem nesta etapa turbulenta tem, muitas vezes e pela primeira vez, de lidar com o largar de papeis infantis e passar a assumir novas funções e papeis na vida familiar, social e escolar. Tem de lidar com perdas afetivas e ideias pré-instituídas em si do funcionamento diário, do mundo e dos outros. Novas formas de se relacionar. Novos desejos, expectativas sobre si e sobre os outros.
Neste percurso atribulado e novo para o jovem é comum surgir momentos de tristeza, inferioridade e isolamento. Um corpo novo que desconhece e uma separação face a antigas rotinas e cuidados para com eles podem ser sentidos com maior intensidade e ressentimento. Intensidade que é aliás palavra de ordem na adolescência, período marcado por sentimentos e emoções vividos com grande intensidade.
No entanto, estes são períodos que podem muito bem ser olhados como momentos de organização interna necessários, e como tal, momentos que podem ser transitórios e passageiros.
Ter momentos mais depressivos nesta etapa de evolução é por isso normativo não devendo ser confundido com qualquer estado psicopatológico mais grave. Embora, obviamente, possam ser sintomas e sinais que escondem qualquer coisa de mais profundo mas que o tempo permitirá também averiguar se é um estado passageiro ou um estado mais instalado. E neste último caso, falamos de uma depressão.
É comum que os sentimentos de angústia e depressão se confundam entre si. Por vezes, os mesmos coexistem em simultâneo.
A verdadeira depressão manifesta-se por sensações de impotência e desespero face à vida. Manifesta-se por uma apatia notória, tristeza e acima de tudo, falta de ânimo. É a persistência no tempo de sinais prolongados de tristeza, falta de ânimo, motivação, quebra escolar ou queixas físicas que deve alarmar para um possível quadro de depressão no adolescente.
O agir impulsivo, muito presente também nesta etapa de vida, pode esconder uma agressividade interna que em última análise pode corresponder a uma depressão vincada ou instalada. O contrário, a falta de acção, de socialização, de gosto e prazer pela vida também.
Na adolescência a percepção que o jovem em construção tem de si é fundamental. Uma autoestima, alimentada pelas relações que mantem e pelas capacidades nas várias áreas de atuação formam com impacto neste jovem, um autoconceito e como tal um sentir importante na gestão de momentos mais depressivos ou da instalação de um quadro depressivo.
Um adolescente precisa ser entendido. Precisa sentir-se acolhido, compreendido e apoiado. Todos os adolescentes procuram aprovação. Principalmente dos pares. E é com uma boa relação que o seu mundo interno pode ser organizado. Nesse sentido, uma relação terapêutica é um espaço organizador essencial.
Caso se reveja na temática acima abordada e necessite de uma avaliação ou acompanhamento para desbloquear um estado igual ou semelhante, não hesite em marcar uma consulta de psicologia do adolescente.
Quem somos, do que gostamos, o que queremos na vida, são questões que vão surgindo aos adolescentes e para as quais nem sempre existe uma resposta. A adolescência é a fase de descoberta de nós próprios e dos outros. Nesse sentido, coloca-se a questão:
Recorrendo á etimologia da palavra consciência, esta vem do termo latino conscientia, de consciens, particípio presente de conscire = estar ciente, com uma possível raiz formada de junção de duas palavras do latim; conscius+sciens: conscius, que sabe bem o que deve fazer, e sciens, conhecimento que se obtém através de leituras, de estudos, instrução e erudição.
Nesse sentido, consciência é uma qualidade psíquica, isto é, pertence à esfera da psique humana. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que pertencer-se no mundo mas ser-se no mundo e do mundo, e isso exige outras implicações.
Seguindo o raciocínio, a consciência poderá ter dois sentidos: a descoberta ou reconhecimento de algo exterior (objeto, realidade, situação) e as modificações sofridas pelo próprio Eu. É um processo dialético no sentido de mover-se “do Eu para o mundo” e “do mundo para o Eu” e inicia-se nos primeiros meses de vida na relação mãe-bebé.
Esta experiência da relação permite a construção de um esquema mental para a realidade exterior para que mais tarde exista a construção interna de significados, seguidamente a separação da mãe enquanto objeto de relação permanente (18 meses aproximadamente), para mais tarde se dar a diferenciação do seu viver do viver dos pais (aproximadamente aos 3 anos).
Por volta dos 3/ 4 anos a criança desperta para o prazer fora da família, i.e., sentimento de pertença ao grupo mas também a solidificação dos papéis e regras sociais (4/5 anos).
Observa-se posteriormente uma relativa estabilidade alcançada durante os anos de latência (termo usado por Freud que compreende o intervalo entre os 6 a 10 anos) concomitante ao período de escolarização da criança, onde a sua energia está investida nas atividades escolares e nas relações sociais, mas também, privilegiando a companhia dos pais.
Quando a adolescência começa (inicia-se aos 10 anos e compreende o período até aos 19 anos), pelo contrário, tudo é confusão, o que dá lugar a novas e variadas separações. Trata-se da confusão acerca do seu corpo que surge com os primeiros pelos púbicos cuja aceitação passa pela elaboração do luto pela perda do corpo infantil e da perda de imagem dos pais da infância (Aberastury, 1965).
Na adolescência produz-se também, para além de uma cada vez mais ampla integração social, a integração da sexualidade. É um período de criação de significados pessoais e aproximação à maturidade através de um plano de ensaios que testam a aproximação – separação com os seus maiores e com os pares, procurando congruência na relação entre os objetos externos e internos.
A consciência crítica diz respeito ao crescimento harmonioso entre duas dimensões, ou seja, a reflexão sobre si próprio e a atenção sobre o mundo. O crescimento unilateral de qualquer uma destas duas dimensões pode conduzir à perda da identidade (só consciência do outro) ou ao isolamento (crescimento apenas de si).
O autoconhecimento é a chave para alcançar esse grau de consciência que nos permite tomar decisões adequadas e que nos satisfazem.
A questão muitas vezes colocada é se realmente os problemas da adolescência são uma coisa dos tempos modernos, criando-se desta forma quase que um mito em redor da questão. Ora alguns entendidos referem que a principal novidade da adolescência de hoje em dia é que a puberdade (fase de transição da infância para a fase adulta, em que ocorrem mudanças biológicas e fisiológica significativas), acontece cada vez mais cedo, ao mesmo tempo que os deveres da vida adulta tendem a assumir-se cada vez mais tarde.
O grau de dificuldade na relação pais e filhos durante este estágio depende muito de como convergem os padrões de relacionamento e funcionamento do sistema familiar transmitidos ao longo dos tempos, a transgeracionalidade, com os stressores previsíveis e imprevisíveis deste período que suscitam ansiedade (quer dos pais quer dos adolescentes) e obrigam o sistema a se adaptar.
Para determinada família a adolescência pode ser vivenciada com maior sofrimento e, para outra, pode ser um estágio promotor de crescimento coletivo e individual de cada membro do sistema.
É fundamental neste contexto os pais estarem atentos à narrativa que estão a promover quando se dirigem ao adolescente de forma a não projetar os seus próprios desejos e sonhos. O papel da comunicação é extremamente importante nesta interação. É imprescindível existir da parte dos pais uma escuta ativa aos desejos e interesses do adolescente, validando os seus sentimentos tais como possíveis medos e inseguranças, procurando ajudá-lo a refletir sem impor opiniões. Torna-se necessário também, deixar de lado os pensamentos deterministas no que respeita a decisões para a vida no mundo laboral e promover flexibilidade suficiente para permitir perceber que a qualquer momento pode ser possível adaptar o percurso.
É certo e sabido que muitas decisões como esta são influenciadas pelos pares, contudo, é importante salientar que o grupo de pares capacita o meio para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional do adolescente. As amizades na adolescência são fundamentais para o processo de criação de identidade. O sentimento de pertença ao grupo dá ao adolescente a segurança necessária para lutar contra a angústia da solidão típica desta fase.
Nesse sentido, torna-se necessário às famílias ampliar fronteiras, reconfigurar o sistema com novas funções e tarefas que permitirão a individualização do adolescente, ou seja, o afastamento e aproximação conforme o grau de dificuldade para gerir as situações que vivencia.
Criar com o adolescente uma relação de confiança é fundamental para ativar processos criativos entre pais e filhos com o objetivo de despertar novos sentidos, cooperativamente, para melhoria das relações a partir de uma responsabilidade individual e coletiva.
Em caso de dúvidas, poderá sempre procurar um profissional da área para ajudar a encontrar respostas. Saiba que posso ajudá-la(o) neste processo de construção de identidade, marque a sua consulta hoje!
Quantas e quantas vezes, no nosso dia a dia, andamos com preocupações relacionadas com o futuro ou com o passado; com a falta de tempo ou dinheiro; com a quantidade de coisas que há para fazer; com as coisas que pensamos que não nos podemos esquecer; e acabamos por esquecer o mais importante: O sentimento de amor e a gratidão.
O tempo passa a correr. Mesmo para aqueles mais atentos ao tempo e à consciência do sentir, é difícil estar presente nas coisas que são realmente importantes.
Às vezes tenho vontade de colocar o mundo no “pause”, para me poder concentrar naqueles que amo: Estou a falar de família e de amigos, estou a falar das pessoas que mais adoro e pelas quais estou super grato de as ter comigo nesta experiência de vida que estou a ter.
Estudo Psicologia há mais de 30 anos; todos os dias foco-me em desenvolver a minha espiritualidade; todos os dias foco-me em me tornar melhor do que fui no dia anterior; e mesmo assim, a verdade é que todos os dias “ponho o pé na poça”.
Todos os dias falho um pouco com os que mais amo e quando dou conta, já aconteceu: Já esqueci de valorizar algo; já esqueci de entregar boas palavras e bons pensamentos; já permiti a minha impulsividade de sentir sair cá para fora sem filtro e sem o devido cuidado com o outro e com a minha comunicação.
É verdade que o mundo anda muito rápido, cada vez mais rápido.
É verdade que temos pouco tempo para nos cuidar a nós e aos outros.
É verdade que os desafios da vida são diários e constantes.
Mas também é verdade que somos o único animal do planeta terra que tem a possibilidade de se RECONSTRUIR, REIVENTAR e MELHORAR nas áreas que escolhemos FOCAR.
Acredito que somos todos feitos do mesmo. Somos todos feitos de energia. E igual atrai igual. Se queremos realmente viver uma vida mais abundante, é necessário tomar em atenção ao nosso estado emocional e ao impacto que este tem nas pessoas a nossa volta.
Quando parte de nós a energia do amor, da boa disposição, da bondade, da amizade, tudo e todos com que nos relacionamos reagem a essa energia.
Acredita, essa é a magia da vida, faz por semear amor e magia por onde caminhas.
Como a minha cara metade costuma dizer: “Coisas boas vão acontecer.”
Até breve,
Miguel Gonçalves
Diretor Clínico do Learn2be
As relações, nos últimos tempos, tornaram-se mais intensas. Esta intensidade reflete-se, inevitavelmente, na saúde mental e na diminuição do autocuidado. No meio de todos estes desafios, físicos e psicológicos, como é possível identificar uma situação de síndrome de burnout?
É importante perceber que o ritmo de vida que levamos diante toda a tecnologia e as atuais dinâmicas de trabalho no mundo corporativo fazem refletir sobre a sua relação consigo mesmo e com a sua vida. Certo é que se não estão bem consigo próprios, não estarão com ninguém, inclusive com a forma de ver a vida.
O que acontece muito na atualidade é que profissionais que chegam ao ponto do stress crónico não param para fazer adequações nas suas vidas e no modo de trabalho que reduzam esse estado, continuando da mesma forma e arrastando os sintomas por meses, às vezes anos.
As causas são diversas, mas, regra geral, estão aliadas à sobrecarga de funções. O burnout está relacionado com o extremo cansaço sentido por pessoas que trabalham muito, esgotamento. Traduz-se na exaustão, distanciamento emocional, mudanças de humor, irritabilidade, falta de paciência, dificuldade em gerir emoções, sentimento de incapacidade e incumprimento do papel a que está a assumir. Esta não é uma situação exclusiva de quem é muito responsável, controlador ou perfeccionista.
Como não somos invencíveis, uma hora esse desequilíbrio aparece, levando ao que é caracterizado como colapso físico e mental. Os sintomas nesse estágio podem ser tristeza intensa, exaustão completa, dores fortes de cabeça, tontura, pensamentos acelerados, ansiedade e até episódios de pânico.
Costumam ser tão grandes que exigem o afastamento total de atividades e até internação em casos mais extremos.
Procrastinar é uma escolha que vira um hábito que vira stress e que é tóxico, escolha ser saudável e faça o que precisas fazer, autocuidado. Cada pessoa possui os seus próprios gatilhos para o estresse, é fundamental identificar os gatilhos.
Se não tem tempo pra si, terá tempo para o stress. Pode parecer difícil gerir o stress nas nossas vidas, mas a mudança tem que partir de si próprio, quando mudamos, tudo muda a nossa volta. Com tantas obrigações e pendências, seja no trabalho ou em casa, parece que nunca teremos tempo para relaxar da forma desejada, mas o fundamental é dar o primeiro passo.
Devido à velocidade das transformações sociais e tecnológicas, hoje, muitas pessoas acabam se perdendo em meio às inovações constantes. Além de ficarem estressadas, também ficam receosas, preocupadas e com medo de possíveis substituições no trabalho ou de não conseguir acompanhar o ritmo do mundo.
Percebemos também que é necessário desacelerar. De fato, estamos num ritmo de vida acelerado e numa espécie de “piloto automático”. Porém, quando considerarem que é preciso desacelerar, não significa abandonar ou ter a sensação de culpa por não cuidar intensamente das responsabilidade, mas significa buscar o equilíbrio e não viver só para essa determinada situação.
Todo o mundo que já trabalhou um dia sentiu, em algum momento, stress no trabalho. Qualquer trabalho tem elementos stressantes, mesmo que ame o que faz. No curto prazo, pode vivenciar a pressão de atender um prazo ou terminar uma tarefa desafiadora. Mas quando o stress se torna algo crónico, pode ser insuportável, trazendo danos para a saúde física e emocional. Infelizmente, o estresse no trabalho é bastante comum.
– Não procure resposta para tudo. É preciso saber lidar com as incertezas.
– Não existem pessoas perfeitas. Nós não somos perfeitos e não tem como dar conta de tudo ao mesmo tempo.
– Converse mais. A comunicação resolve o conflito. Procure a comunicação assertiva. Elimine a comunicação tóxica. Estimule a escuta ativa e não a defensiva. Ouvir para compreender e não para defender. Baixe a guarda.
– Sempre que possível, guarde um tempo para fazer algo que lhe faz bem. Relaxe!
– Procure baixar o nível de exigência consigo. Fique atento às autocríticas e julgamentos.
– A flexibilidade é também necessária. É necessário não ser rígido, ponderar e encontrar um equilíbrio, com inteligência emocional.
Se considera que está a atravessar uma dificuldade neste sentido, se sente angústia por não conseguir resolver a situação, procure ajuda de um profissional. Falar sobre o que sente é o melhor remédio para aliviar a dor, resolver os seus problemas e superar os desafios.
Conte com o meu auxílio no processo. Marque a sua consulta presencial ou online hoje!
“A vida começa onde termina a sua zona de conforto”
Neale Donald Walsch