
Com certeza ouviram recentemente alguém a falar do “novo normal”, que agora o conceito de normal é outro, foi atualizado. Mas está a ser uma mudança simples? Nada mesmo! Todos fomos afetados e retirados da nossa rotina.
Agora, uma forma de pensar funcionalmente de momento, é termos em mente que os comportamentos deste “novo normal” são formas de nos proteger contra a ameaça do vírus e que, portanto, é melhor nos adaptarmos. Até porque certos aspetos da vida não param e quem se adapta primeiro, tem sempre mais vantagens.
As crises colocam-nos frente a frente com a realidade. Temos quase a ousadia de dizer que as crises deixam o horizonte mais limpo, ficando só o que é importante e essencial diante dos nossos olhos.
Alcançar metas, superar adversidades, potencializar habilidades, descobrir forças… Todas estas dimensões e muitas outras que formam o nosso desenvolvimento pessoal.
Temos que ser criativos. Segundo o psicólogo David Wechsler, a criatividade está presente em todos nós e expressa-se na maneira como resolvemos os problemas quotidianos. É uma das forças que permite a uma pessoa melhorar a sua saúde mental e que possibilita vencer desafios, tal como encontrar soluções para problemas, procurar a autorealização pessoal, fazer uso da intuição e imaginação e olhar um problema sob diferentes perspetivas.
Está a pensar que para se ser criativo temos que ser otimistas? É verdade, pois potencia mais os resultados e o desempenho das pessoas em diferentes ambientes e situações, mas também tem que se ser realista. Ser otimista nesta altura é essencial para manter a mente saudável e além disso, a pessoa com maior tendência ao otimismo não nega que o COVID-19 possa atingi-la e, portanto, tem ações frequentes não só para se proteger, mas para ser mais astuta e não perder a confiança de que esse momento difícil passará.
Vamos falar sobre a inteligência? Em 2018, os especialistas acreditaram que 68% da população mundial, atingia uma pontuação entre 85 e 115 no QI. Mas vamos ser ousados e dizer que o melhor QI é a capacidade de adaptação. Ou seja, a inteligência mede-se não só pelo QI, mas sobretudo pela capacidade de adaptação que as pessoas desenvolvem em situações adversas. Esta é uma situação que põe a inteligência das pessoas à prova.
A adaptação é uma das capacidades mais importantes das pessoas, foi assim que toda a humanidade se desenvolveu. Através da adaptação a novos ambientes, novas regras, a novas sociedades e a novos problemas. Este é o momento de ser inteligente.
Portanto vamos pensar em conjunto. Nos últimos meses, todos nós experimentámos coisas que nunca experimentámos antes.
No meio de todas as orientações que foram partilhadas ao longo destes meses, há que ter uma base fundamental para viver dia a dia, a consciência. Isto é, é muito importante que se torne consciente da própria situação. Já tomou consciência?
Quando se procura a palavra resignação, salta logo à vista conceitos como desistir, abandonar, submissão… uma palavra com muita conotação negativa.
A palavra aceitação, o leitor pode também pensar que é o mesmo que resignação… mas entenda como sendo admitir, aceitar, anuir, consentir… Ao ler estes conceitos, questiona-se porque é que a palavra aceitação é melhor que resignação? Afinal qual é a diferença?
É simples, trata-se de aceitar o sucedido e encarar o futuro com uma nova perspetiva e aproveitar novas oportunidades que virão, procurar e fazer acontecer.
Eu sei que o leitor deve estar a ler isto e a pensar na “vida perfeita” de algumas pessoas e ao reparar nelas, está-se a comparar. A achar-se que não é bom o suficiente e parece que vive em busca de ser o que o outro é. Mas fica frustrado uma vez que não há como viver a vida do outro.
A forma como reagimos diante das circunstâncias importa, e a aprendizagem obtida diante dessas experiências e os recursos adquiridos para enfrentar situações semelhantes com mais destreza também são fundamentais.
Vivemos dias incertos, duros e complicados neste momento. Nestas circunstâncias, importa como reagimos e o que escolhemos fazer. Além disso, é preciso lembrar que tudo que fazemos hoje edificará ou limitará o nosso futuro. Podemos construir ou desconstruir, avançar ou retroceder.
As decisões que tomamos impactam o futuro. Sendo assim, escolha responsabilizar-se por si mesmo, atue, responda, mobilize sonhos e estratégias, lembrando-se de que o ontem não importa, o que realmente importa é o hoje, o aqui e o agora.
Cada um de nós é responsável pela escrita da sua própria história. Por isso, quando acontecer algo que o deixe sem fôlego e foge do seu controle, o primeiro passo será a aceitação desse facto e não viver obcecado pelos acontecimentos. É preciso despertar as atitudes. Mais do que perguntas, é preciso elaborar estratégias para reagir diante de determinados problemas. Trata-se de substituir a angústia por tomada de decisões e conseguir, assim, fazer com que o medo e a dor desapareçam aos poucos.
Reagir e responder são verbos que indicam ação, movimento. Uma atividade inovadora daqueles que escolhem deixar velhos padrões para agir com um novo foco. Assim, qualquer evento inesperado, qualquer grande ou pequeno desafio, obriga-nos irremediavelmente a desprendermo-nos de máscaras pessoais que já não servem e despertar para a ação mais fortes, com mais energia, coragem e criatividade.
Porque muito além do que acontece connosco, muito além das pedras no nosso caminho, o que importa é como se reage diante das adversidades e como se escolhe lidar com elas. Devemos procurar novas aptidões para nos atrevermos a utilizar para superar vários obstáculos. Precisamos ter isso em mente: saber reagir permite-nos viver melhor.
Apesar de toda a complexidade atual e do peso da incerteza, há um facto inegável. O Ser Humano é capaz de grandes coisas. É um ser muito hábil quando se trata de enfrentar pequenos e grandes desafios. Se agir com calma, apoiar e receber apoio, criar alianças e compromissos globais adequados, o Ser Humano resolve as situações com sucesso.
Permito-me dizer que o Ser Humano tem medo de algumas coisas, tais como perder o controle sobre a sua realidade, medo de ficar sozinho, duvida de si mesmo e de seus propósitos e tem medo da morte, entre outros. E esta situação pandémica que vivemos, fez ou tornou estes estes medos mais salientes, se pensarmos bem. Certamente até surgiram dúvidas de qual é afinal o sentido da nossa vida.
E por isso é que devemos aprender a lidar com um “mundo disruptivo” e isso requer mais que conhecimento intelectual, exige: autoconsciência, autocontrole, automotivação, empatia, habilidade de gerir relacionamentos, resiliência, criatividade e cooperação.
Vamos deixar isto bem claro: proteger a nossa saúde mental é tão importante quanto lidar com o vírus e com o “novo normal”. Domine o seu primeiro cavalo de batalha: o medo. Conte connosco para o ajudar a manter a sua mente saudável.