Autoinvestimento: Como, Quando, Onde?
Investir em nós próprios: o que significa isto? E quais poderão ser os proveitos deste autoinvestimento? Tomemos como exemplo a prática de atividade física. Sabemos bem quais são os benefícios, para a nossa saúde física, de uma rotina que inclua exercício regular: ajuda a combater o excesso de peso; reduz a pressão arterial; fortalece ossos e músculos; ajuda a controlar a glicémia; fortalece o sistema imunitário; diminui o risco de doenças cardíacas; contribui para a melhoria do sono; enfim, estes entre tantos outros benefícios que poderíamos aqui referir.
E não nos esqueçamos, naturalmente, de alguns dos benefícios que este hábito pode implicar na nossa saúde mental: o exercício físico ajuda a diminuir o stress, promove uma sensação de bem-estar, combate a ansiedade e depressão.

O desafio que lhe proponho é o de desenvolver o hábito de realizar um conjunto de pequenas atividades que possam ajudar a capitalizar todos aqueles benefícios. Tomando como ponto de partida um outro artigo que escrevi (Ansiedade – E o corpo é que paga – Fevereiro/2020), no qual sugiro algumas das atividades que pode desenvolver, relembro algumas e acrescento agora outras:
- Escreva numa lista cinco atividades que lhe dão prazer: podem ser coisas tão simples como ler, ir ao cinema, ir ao teatro, conhecer um restaurante novo, caminhar na natureza. Presenteie-se com a realização dessas cinco atividades durante todos os meses do ano. Estará assim a passar ao seu cérebro uma mensagem de amor-próprio e de autoestima;
- Defina três coisas que o ajudam a acalmar: escreva-as numa folha e, ao lado de cada uma, detalhe aquilo que tem de fazer para executar essa ação calmante. Sempre que se sentir ansioso, basta recorrer a essa folha de papel e pôr em prática uma das opções antes definidas;
- Transforme o desconhecido em conhecido: altere algumas das suas rotinas – escolha novos caminhos para ir para o trabalho, ou para a faculdade, ou para o ginásio; de início poderá sentir algum desconforto, porque a rotina traz segurança, mas rapidamente vai sentir-se mais calmo e satisfeito pelo simples facto de estar a desafiar aquela que é a sua zona de conforto. O contacto com aquilo que é novo ajuda o cérebro a procurar recursos internos para realizar essas novas tarefas, facilitando assim a produção de substâncias químicas que ajudam a combater a ansiedade e aumentar a nossa sensação de bem-estar;
- Seja turista por um dia: visite locais que não conhece na sua cidade ou nas redondezas do sítio onde mora – escolha um jardim, uma rua, uma praça, um museu, algo que ainda não conhece, ou que conhece mas nunca explorou com atenção. Tome tempo para fazer essa exploração com calma. Observe com curiosidade tudo o que se revela à sua volta. Quando viajamos e visitamos novos países sentimo-nos bem, certo? Acontece o mesmo quando experimentamos estas “pequenas” novas coisas: melhora o nosso humor, reduzimos a ansiedade e o stress. Tornamo-nos agentes ativos do nosso bem-estar e qualidade de vida;

- Desenvolva o hábito da exposição imaginária: escolha um momento do dia para, confortavelmente instalado, realizar um exercício de visualização – procure um lugar tranquilo, feche os olhos, faça algumas respirações profundas e veja-se a si próprio a alcançar as suas metas, disfrutando das sensações associadas de bem-estar. Entregue-se a essa visualização, mantenha-se focado, acrescente-lhe detalhes, ajude o seu cérebro a familiarizar-se com aquilo que deseja, para assim facilitar a descoberta dos recursos internos que vão promover a ação e a mudança.
Não posso deixar de reforçar a importância do autocuidado: ajuda-nos a sermos mais resilientes, a lidar melhor com as contrariedades habituais da nossa vida.
Desenvolvermos e mantermos relações significativas, adotarmos uma alimentação saudável, criarmos bons hábitos de sono, conversar sobre sentimentos e emoções, são também outros aspetos essenciais para o nosso bem-estar e saúde psicológica.

E porque não começar já hoje? Porque não começar agora? Permita-se fazer uma pausa para respirar, permita-se ser gentil consigo próprio, permita-se deixar de lado o dever e o perfeccionismo, permita-se começar a dar pequenos passos em direção ao seu equilíbrio.
Se procura apoio para iniciar ou consolidar este processo, para colocar em marcha a utilização destas e de outras ferramentas, estou aqui para o ajudar.