Clínica de Psicologia e Coaching Learn2Be

Como lidar com a ansiedade no final das férias?

Este ano em particular, as férias para muitas pessoas, serviram como o final de um longo período de constrição à liberdade pessoal, e embora estes últimos meses tenham sido ainda um pouco condicionados, o facto das pessoas terem tido a possibilidade de sair um pouco das suas rotinas, serviu não só para poder, respirar como também para relembrar e reconectar com o que realmente são.

Quando estamos de férias, temos mais tempo e disponibilidade para parar e estarmos connosco próprios, e muitas vezes há um reencontro com algo que estava esquecido ou escamoteado, pelo automatismo da vida de trabalho, que são os nossos sonhos, os nossos desejos e os nossos gostos. 

Estarmos longe das rotinas do trabalho, principalmente numa altura do ano em que o clima convida à descontração, ​é um período em que nos permitimos apaixonar novamente pela vida, aproveitar ao máximo os dias e em que podemos ser nós próprios o tempo todo, desligando-nos de ansiedades, rotinas e padrões, que muitas vezes, a vida de trabalho nos impõe.

Na verdade as férias, regra geral, é um período em que realmente vivemos aquilo que somos.
Para que o regresso ao trabalho seja o mais harmonioso possível, é necessário fazermos uma reavaliação dos nossos objectivos pessoais e profissionais, de forma a percebermos qual o sentido e a direcção da nossa vida, para sentirmos que o trabalho é um meio para um fim, e que tem um sentido e um propósito, e não só uma forma de trocar as nossas horas de vida, a nossa liberdade e individualidade, apenas por dinheiro.
Além desta reavaliação de objectivos pessoais e profissionais, é necessário transformar e garantir, que estes objectivos, são objectivos de sucesso e que maioritariamente apenas precisam de nós, para se tornarem realidade.
Mesmo nas situações em que não é claro o sentido e significado que tem o trabalho que estamos a fazer, por estarmos a passar uma fase em que realmente sentimos que só vamos trabalhar porque tem de ser, é importante fazermos o trabalho mental de encontrar um significado maior que esse no que estamos a fazer. 
Pode ser porque queremos fazer melhor o que fazemos no sentido de nos tornarmos melhores profissionais e melhores pessoas (desenvolvimento pessoal); pode ser porque queremos contribuir de forma sentida para o trabalho que estamos a fazer para deixarmos uma boa pegada e contributo no que estamos a fazer; ou apenas porque sabemos que o trabalho que estamos a fazer, pode ser a ponte para chegarmos a um momento em que vamos estar a fazer o que realmente queremos fazer.
Nesse sentido, é interessante a ideia de realizar algum trabalho de Coaching, de forma a fazer essa reavaliação de objetivos e essa significação da nossa ação, da forma mais eficiente e clara possível.
Um outro ponto importante para regressar bem ao trabalho, sem sentir uma quebra emocional é manter o exercício físico, ter um bom regime alimentar e procurar manter alguns momentos de lazer. 
Estes pontos são importantíssimos para você fazer a sua higienização mental e emocional e para conseguir manter o seu nível de motivação alto.
Manter hábitos saudáveis, como respeitar as horas de sono ou a prática da meditação, ajuda a transitar por esta fase de readaptação de uma forma equilibrada. 
Um bom e longo abraço funciona também melhor que qualquer anti-depressivo.
Não seja muito exigente com a sua produtividade nos primeiros dias de regresso ao trabalho. 
Todo o seu sistema, físico, emocional e mental, vai precisar de tempo para se ajustar e readaptar às novas rotinas, pessoas e espaços físicos. 
É normal que a sua produtividade, concentração e confiança sejam menores que o habitual. 
Lide consigo, como lida como o seu melhor amigo(a) e seja tolerante consigo próprio(a), mantendo a confiança de que está tudo certo e de que é uma questão de tempo até o trabalho estar a correr da melhor forma possível.
Tente perceber e dar nome às suas emoções. 
Sempre que você consegue descrever o seu estado emocional de forma simples e clara, diminui o impacto emocional dessa emoção.
 
Procure pelo que se está grato. Mesmo que não seja claro para si tudo pelo que está grato na sua vida, o simples facto de entrar no processo de procurar pelo que está grato, irá fazer com que se sinta melhor. 
Isto porque, olhar para a sua vida com uma espectativa positiva, faz com que o seu cérebro produza mais serotonina, o que fará com que se sinta melhor, mais presente e com que tire mais prazer das relações com os outros e mais apto(a) para utilizar também o seu sistema de “dopamina” no alcançar dos seus objetivos.
Tome pequenas decisões. 
Analise o que lhe traz ansiedade e o que não está ainda definido na sua vida e faça por tomar algumas decisões. 
Não precisam de ser as melhores decisões, mas sim as melhores decisões possíveis que nesse momento pode tomar. 
 
Sempre que toma uma decisão, o seu cérebro sente que está a tomar controlo da situação e além de você aliviar a sua carga emocional, as suas preocupações e a sua ansiedade, sente também um incremento de prazer.
O investigador de neurociências Alex Korb,  diz-nos que: 
– Regresse de férias com tempo para se reorganizar
Quantos dias de antecedência devemos chegar das nossas férias a casa, depende de pessoa para pessoa, e de personalidade para personalidade, e se o trabalho de desenvolvimento pessoal que descrevo anteriormente, foi feito durante as férias ou não. 
Mas regra geral, é saudável regressar um ou dois dias antes, para poder organizar a casa, e poder ter um dia de descanso em casa, para começar o trabalho com a sensação de que se está a começar uma nova etapa de vida, com entusiasmo, interesse e curiosidade.
– Faça planos para as próximas férias
É saudável ter férias pelo menos duas vezes por ano, e sempre que a pessoa se sinta muito ansiosa, angustiada ou cansada.
Mais vale parar para retomar energias, do que estar a trabalhar em desgaste. 
Nem é bom para si, nem para o seu trabalho. 
Por vezes temos que parar “de cortar a árvore”, para “afiar o machado”.
Faça também, por organizar pequenas escapadinhas em alguns fins-de-semana.
Sempre que saímos da nossa zona de conforto, o nosso sistema, automaticamente, enche-se de emoções positivas, tais como: interesse, curiosidade e alegria, o que serve para restabelecer um pouco a nossa alegria de viver e relembrarmo-nos do nosso propósito de vida e da razão pela qual estamos a trabalhar.
– Faça as coisas com 100% de sucesso
Não faça por querer fazer muitas coisas rapidamente ou diversas coisas ao mesmo tempo, mas sim fazer cada pequena coisa com 100% de sucesso.
O Sucesso profissional, pessoal ou relacional, não é conseguir fazer grandes coisas, mas sim o somatório do sucesso de todas as pequenas actividades que você realizou.
Faça por pôr toda a sua atenção em cada pequena coisa que faz, e ter a intenção de fazer o melhor possível cada coisa. 
Ponha toda a sua mente em cada conversa, cada e-mail, cada relatório, cada pequeno evento da sua vida e faça por ser excelente em todos esses momentos. 
Um de cada vez.
Não tente fazer o trabalho de uma semana num dia, mas faça por fazer todo o trabalho desse dia, nesse dia. 
Amanhã você terá tempo para fazer o trabalho de amanhã. 
Não se desgaste a pensar nisso hoje.
Se o seu dia for pautado por coisas que foram feitas com 100% de sucesso, você teve um dia de sucesso. 
– Tenha bons hábitos de inicio de dia
 
Além de fazer esta reavaliação de objectivos pessoais e profissionais de forma geral, é também importante, reservar um tempo para si, no início de cada dia, para pensar um pouco no que se quer fazer nesse dia.
Antes de ver os seus e-mails, ou espreitar as redes sociais, pare um pouco e escreva num papel as três coisas mais importantes que quer concretizar nesse dia. 
Este exercício irá dar-lhe a sensação ao final do dia, de missão cumprida, o que funciona como um reforço positivo, para que possa começar o próximo dia com mais energia e motivação.
A sua vida é sua responsabilidade. 
Certo que por vezes há momentos difíceis, há momentos desafiantes e esgotantes e momentos de quebra. 
Todos nós os temos. 
O luto das férias pode ser um deles. 
Mas lembre-se que antes dos seus comportamentos, emoções ou pensamentos, está você. 
E você deve ser dono do seu sistema. 
Nesse sentido faça por criar o seu próprio sistema de valores internos, os seus próprios objetivos internos e faça por alimentar com a sua energia de vida, apenas os pensamentos, emoções, comportamentos (hábitos) que estão em linha com esses seus objetivos e valores internos.
Seja responsável pela sua vida. 

Força e coragem, vai tudo correr bem 😉

Miguel Gonçalves
Diretor Clínico do Learn2be

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