
Honoré (2004) afirma que “cuidar” tem como definição ocupar-se com o cuidado de alguém ou de qualquer coisa de acordo com uma certa ideia do que é bom para ele. Cuidar é ser atencioso no acolhimento de alguém, na atenção, na preocupação com a forma como o outro está, assim como na satisfação das suas necessidades. Colliére (2003), afirma ainda que cuidar é essencialmente permitir que alguém com dificuldade física e/ou psicoafectiva enfrente a vida quotidiana.
O cuidador informal é a pessoa, não profissional, que assume, por escolha ou obrigação, o apoio e assistência a uma outra pessoa que, por diversas razões, apresenta incapacidade ou dependência de grau variável. Esta condição impossibilita a realização das principais tarefas inerentes aos atos diários necessários à existência do ser humano de forma autónoma. Assim, o cuidador é a pessoa facilitadora da execução destas funções, em que se inclui diferentes áreas, nomeadamente, higiene e conforto, alimentação, saúde, bem-estar físico, emocional e material, direitos e deveres.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (2019), cerca de 1.06 milhões de portugueses são cuidadores informais. Na sequência da evolução da ciência e, em concreto, os cuidados prestados pela medicina permitiram que o acompanhamento clínico fosse realizado não só em contexto hospitalar e institucional como também em contexto familiar.
As famílias/cuidadores informais passaram a ser o “palco” no que concerne aos cuidados prestados à pessoa com incapacidade ou dependência. Nesta medida, em Setembro de 2019 a Assembleia da República define o estatuto do cuidador informal, Lei nº100/2019, regulando um conjunto de direitos e deveres do cuidador e da pessoa cuidada.
No momento em que uma pessoa passa a ser um cuidador informal, passa a viver um conjunto de responsabilidades inerente ao cuidar de outrem. E fá-lo tendo em consideração as suas motivações, que constituem um domínio complexo, pois envolvem um grande número de razões. É um domínio que se encontra fortemente marcado pelas tradições, pelos padrões e normas sociais vigentes em cada cultura, pela própria conceção de vida, pela história de cada indivíduo, entre outros (Sousa, Figueiredo, Cerqueira, 2004, pp.65).
Existem mudanças no sentido de identidade da pessoa, agora o papel protagonista é o de cuidador em detrimento de progenitor(a), cônjuge, filho(a), amigo(a), … . Estas transformações, aliadas às próprias funções desempenhadas e expectativas depositadas pelos próprios e por terceiros, podem acarretar impactos negativos na vida do cuidador, a sobrecarga, como sentimentos emocionalmente gratificantes, traduzindo-se numa perspetiva pessoal enriquecedora.
Sommerhalder (2001) enumera aspetos vivenciados pelos cuidadores, como positivos ou benéficos, sendo estes: “Crescimento pessoal; Aumento do sentimento de realização, do orgulho e da habilidade para enfrentar desafios; Melhoria do relacionamento interpessoal; Aumento do significado da vida; Prazer; A Sobrecarga e Estratégias de Coping do Cuidador Informal, Satisfação; Retribuição; Satisfação consigo próprio e Bem-estar com a qualidade do cuidado oferecido.
Desempenhar funções relacionadas com o bem-estar físico e psicossocial da pessoa cuidada pode implicar a forte possibilidade do cuidador sofrer restrições inesperadas em relação à sua própria vida.
Quantos sonhos foram cancelados?
Quantas expectativas ficaram pendentes?
Embora todas as experiências de cuidar sejam diferentes, a verdade é que a arte de cuidar do outro é bastante desafiante, as responsabilidades potenciam estados de ansiedade constantes, o bem-estar do cuidador e a sua idealização de qualidade de vida são alterados. Neste sentido, poderá haver desenvolvimento de perturbações psicológicas ou exacerbar condições pré-existentes, assim como, potenciar situações de cansaço extremo, fadiga geral, revolta, impaciência, dores de costas, esgotamento físico e mental, pessimismo, perda de entusiamo e de alegria, irritabilidade e perturbação do sono.
É normal sentir-se exausto, sobrecarregado, tenso, preocupado e ansioso. É natural sentir-se injustiçado, culpado ou incapaz.
No percurso da vida encontramos diferentes desafios e encontramos forma de os confrontar. Podemos fugir, enfrentar ou desenvolver.
É através do enfrentar obstáculos e do nosso desenvolvimento pessoal que damos o sentido à vida. “O que posso fazer, no presente, relativamente a este desafio?” “ O que pretendo ser?” “Como pretendo viver?” É neste momento que escolheu assumir controlo da sua vida.
Aceite.
Aceite os sentimentos.
Aceite que a mudança faz parte da sua vida.
Faça o seu melhor, respeitando a sua própria necessidade de descansar.
Reconheça o seu limite e necessidade.
Permita-se a fazer pausas.
Perdoe-se.
Procure esclarecer as dúvidas, obter recursos e ferramentas essenciais no cuidar.
Conserve as suas relações sociais.
Proporcione e reforce o contacto com familiares, amigos e colegas.
Incentive a partilha da vivência da situação com pessoas significativas.
Procure promover a partilha de experiências.
Tire tempo de lazer para si.
Mantenha uma perspetiva positiva.
Medite.
Respire.
Cuidar de si permite cuidar do outro.
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.
Dalai Lama
Relembro que você não está sozinho, conte connosco para o ajudar neste processo de autocuidado e de desenvolvimento pessoal. Convido-o a Ser e Viver ao ritmo do Presente, do aqui e do agora. Marque a sua consulta hoje.
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