
Com o início de um novo ano muitas vezes surge em nós a necessidade de recomeçar ou mudar em algumas áreas da nossa vida. Estes rituais que temos em sociedade para assinalar a passagem do tempo são uma oportunidade de reflexão e balanço acerca de como estamos a viver a nossa vida e podem também despertar em nós a consciência da possibilidade de mudar ou recomeçar.
Muitas vezes nestas alturas fazemos balanços, construímos ou reconstruímos objetivos movidos também pelo entusiasmo e pela esperança que o novo ano traz, de que transforme algo em nós e na nossa vida. Também é frequente a sensação de que esse entusiasmo, otimismo e confiança iniciais se desvanecem mais rapidamente do que desejávamos e de que muitas vezes nos voltamos a instalar em padrões de pensamento e comportamento antigos.
Neste contexto tão exigente e desafiante que estamos a atravessar, todos estes processos podem ser ainda mais complexos e avassaladores.
Podemos pensar então: Mas afinal porque é que isto acontece?
O que é necessário para conseguirmos fazer mudanças na nossa vida e na forma como nos sentimos?
A forma como nos vemos a nós próprios e à nossa história, como nos relacionamos connosco e com o que sentimos tem um impacto profundo em todas as áreas da nossa vida e no nosso desenvolvimento como seres humanos, logo, em todos os nossos processos de mudança.
Por exemplo, muitas vezes processos severos de autocrítica e culpa em vez de desencadearem o sentimento de segurança e compreensão necessários para perceber de forma realista o que aconteceu e assumir as nossas responsabilidades acerca do que falhou, tentando novamente de forma mais eficaz, conduzem a uma fragilização no valor pessoal, a uma sensação de incapacidade e bloqueio que ativam as nossas defesas e não nos permitem aproximar do que pretendemos. Também podemos pensar como nos sentimos e o efeito que tem no nosso comportamento quando alguém nos critica de forma agressiva. Muitas vezes é isso que estamos a fazer a nós próprios de forma continuada, levando aos mesmos padrões e caminhos. E que efeito tem em nós a compreensão e empatia do outro ou quando nos mostram que acreditam em nós?
Convido-o, então, a refletir acerca da sua relação consigo. Como se relaciona consigo? O que diz a si próprio através dos seus padrões de pensamento e das crenças que tem sobre si?
Para o ajudar nesta reflexão deixo o desafio de pensar numa situação da sua vida em que sente esta autocrítica severa. Analise o que esta situação o faz pensar sobre si e no efeito que isto tem. Experimente depois imaginar que esta mesma situação se está a passar com uma pessoa muito importante para si e de quem gosta muito. O que lhe diria? Como olharia para a situação? Observe as diferenças e que impacto poderia ter se fizesse isso consigo próprio. Muitas vezes esperamos que os outros cuidem de nós e da nossa felicidade, quando temos em nós essa possibilidade e responsabilidade de aprender a saber cuidar de nós e da nossa felicidade. Como temos andado a fazer isso?
Termino esta reflexão com uma boa notícia: é possível irmos transformando a nossa relação connosco próprios e através disto trazer um impacto profundo para a nossa vida e para os processos de mudança que tanto desejamos. Podemos não conseguir controlar muito do que nos acontece na vida e as nossas emoções, mas podemos mudar e agir sobre a perspetiva que temos do que nos acontece e a forma como nos relacionamos com isso.
Pode ser muito valioso fazer este processo com o acompanhamento certo e da forma mais eficaz possível, conte com a nossa equipa para o apoiar neste percurso de investimento em si e na sua felicidade.