Sempre ouvimos que “a vida passa a correr”, mas nunca como hoje isto nos fez tanto sentido. Acordamos e parece que o dia já “está pequeno” para as tarefas das próximas horas.
Frequentemente pensamos que os dias passam vertiginosamente, as semanas sucedem-se a ritmo alucinante, os meses chegam e saem e os anos avançam impiedosamente, comprometendo a realização dos nossos sonhos e dos nossos objetivos, trazendo frustração, cansaço, depressão, burnout.
Andar “atrás do prejuízo” e sentir que vivemos em atraso levam-nos muitas vezes a fazer maratonas de trabalho, eliminar pausas, descurar a saúde. Com isso, comprometemos o convívio familiar ou com amigos, reduzimos os tempos de descanso e de diversão ou relaxamento.
Se enquanto somos jovens o peso destes fatores é subvalorizado – porque acreditamos que temos “pulmão” para fazer tudo -, com a inexorável perda da juventude e o acumular de responsabilidades profissionais, familiares e sociais, a sensação de perda cresce e avoluma-se.
Esta “correria” existencial foi agravada pelo avanço tecnológico das últimas décadas, com contribuição significativa da pandemia. As transformações que operou no nosso quotidiano trouxeram o esbatimento de fronteiras claras entre o pessoal e o profissional.
Poupámos tempo e recursos nas deslocações, com a introdução do teletrabalho; podemos trabalhar em casa de calcões ou pijama; temos um horário laboral presumidamente mais justo. Tudo coisas positivas! Porém, viver e trabalhar no mesmo espaço gerou sobrecargas emocionais, stress e diminuição da satisfação pessoal.
A Psicologia Organizacional relaciona o desequilíbrio prolongado com o surgimento de burnout, ansiedade e prejuízo nas relações e sugere que práticas saudáveis de gestão do tempo, apoio social e ambientes de trabalho flexíveis, contribuem para o aumento da motivação, da produtividade das empresas e da saúde mental.
Para voltarmos a equilibrar-nos nas várias esferas em que nos movemos é preciso criar novas estratégias de autorregulação e autocuidado, sabendo que a promoção do equilíbrio não é apenas uma responsabilidade individual, mas também organizacional.
Políticas que valorizem o bem-estar, o lazer, contribuam para a “desconexão digital” e respeitem os limites de cada um constituem elementos centrais para o desenvolvimento sustentável de pessoas e instituições.
Ao nosso alcance para corrigir estes desequilíbrios estão a:
– Definição de horários claros, por exemplos não prolongando o horário laboral além de uma determinada hora; cria fronteiras entre o tempo de trabalho e o tempo pessoal e reduz o stress;
– Realização de pausas durante o dia, por exemplo fazer uma caminhada ou tomar um café com colegas de trabalho; melhora a concentração e ajuda a “recarregar baterias”;
– Reserva de tempo para a família e amigos, por exemplo marcar e (comparecer!) a um jantar semanal em que o telemóvel é banido; reforça os laços pessoais e cria suporte emocional;
– Cuidar do corpo e da mente, por exemplo praticar desporto duas ou três vezes por semana; melhora a saída física e reduz a ansiedade;
– Ter um hobby e tempo para si próprio, por exemplo dedicar o fim de semana a ler, pintar, fazer jardinagem ou tocar um instrumento musical; aumenta a criatividade e o bem-estar emocional.
Estes são exemplos de algumas estratégias que pode implementar na sua vida para equilibrar os vários planos de atuação.
Aqui na Clínica Learn2Be estamos prontos para a/o ajudar a encontrar o melhor caminho para o seu bem-estar e saúde mental, ou seja, para melhorar a qualidade da sua vida.
Gonçalo Duque Plaza
Psicólogo Clínico