O termo Educação Positiva surgiu no início de 2008, durante um encontro entre Seligman e os elementos da equipa da Geelong Grammar School, uma escola Australiana que foi a primeira no mundo a implementar os princípios da Psicologia Positiva em toda a instituição de ensino. Contudo, na literatura, o termo só aparece pela primeira vez em 2009, no artigo – “Positive education: positive psychology and classroom interventions”, elaborado por Seligman, no qual este a define, como a educação tanto para as competências básicas, como a educação para a felicidade.
Desde então, outras definições complementares foram atribuídas à Educação Positiva. Estas sugerem, numa definição mais ampla, de que Educação Positiva é a Psicologia Positiva (que se foca na promoção e desenvolvimento das emoções de caráter positivo, das forças e virtudes do ser humano), aplicada à educação e que engloba não só a escola, mas igualmente a família (pais, cuidadores, pessoas próximas) das crianças e dos jovens. Fomentando, nas escolas e nas famílias a atenção plena, prosperidade, esperança, otimismo, autoeficácia, regulação emocional, bem-estar, empatia, saúde, entre outros. Deste modo:
Todos sabemos que a escola é o local de eleição para as aprendizagens de caráter formal. Por outro lado, na família é onde se iniciam os primeiros passos de qualquer aprendizagem e educação. Os objetivos tanto da escola como da família não devem estar eles separados, mas unidos de forma a para promover o bem-estar global do aluno. É aqui que os princípios da Educação Positiva, podem ser de grande relevância na sua aplicação aos contextos educativos. A Educação Positiva pretende, promover o desenvolvimento integral dos alunos incluindo, não só, o sucesso académico, mas igualmente o crescimento de habilidades como por exemplo, a resiliência, o otimismo e a esperança, com o objetivo de potenciar o bem-estar de toda a comunidade educativa.
Ao longo das últimas gerações, estudos apontam um crescimento dos índices de depressão, ansiedade, distúrbios alimentares, entre outros problemas de saúde mental ou física, em crianças e igualmente nos adolescentes. O que nos faz questionar:
– Será que os modelos educacionais estão devidamente preparados e adequados para responder às exigências atuais?
– Não existirá a necessidade de novas abordagens, que possam fazer mais e melhor para ajudar as crianças e os jovens, a saber lidar com os desafios e prosperar num mundo cada vez mais complexo, e numa sociedade cada vez mais individualista?
Tendo em consideração que estudos recentes sobre a Educação Positiva, indicam que uma educação baseada no bem-estar e fomentada na família e na escola, tende a melhorar o nível de aprendizagem dos alunos, assim como o seu rendimento escolar, e consequentemente o aumento da sua autoestima e da sua autoconfiança.
Deste modo será necessário, falar mais sobre este tema quer nas escolas, quer nas famílias, para uma necessidade de revisão dos modelos educacionais existentes, que em detrimento do seu modelo atual, deveriam passar a priorizar igualmente o bem-estar das crianças e jovens, promovendo a educação social, emocional e ética, e preparando-os para se tornarem futuramente pessoas realizadas e cidadãos responsáveis.
“A vida impõe as mesmas contrariedades e dificuldades tanto para o otimista quanto para o pessimista, mas o otimista consegue enfrentá-las com mais tranquilidade.”
M. Seligman
É através da Educação Positiva que, aprendemos a ser, a partilhar, a conviver e a ser capazes de nos vermos por dentro para poder olhar o outro, conseguindo estabelecer limites e carinho ao mesmo tempo. Inerente à Educação Positiva, existe a Disciplina Positiva.
A Disciplina Positiva caracteriza-se por ser respeitosa e afetiva, concedendo uma enorme importância à capacidade empática. Esta, apresenta aos pais, aos educadores e professores… uma alternativa ao autoritarismo e à permissividade. Rompe com esses dois modelos de extremos e permiti-lhes encontrar um equilíbrio.
Jane Nelsen em 2009, deu alguns exemplos que devem existir na disciplina positiva, como a capacidade de firmeza e carinho ao mesmo tempo, e saber o corrigir (só) depois de (re)começar. Passo a citar:
Firmeza e carinho ao mesmo tempo:
Relativamente à firmeza, todas as crianças precisam de regras, de limites e de rotinas. Estas são essenciais para que elas se sintam seguras, para que saibam com o que podem contar, e até onde podem ir, e quais os limites que não devem ultrapassar. Com firmeza, podemos estabelecer essas regras, limites e rotinas de uma forma mais efetiva. E saber conjugá-la com o carinho. O carinho é a base de qualquer relação; é necessário que a relação entre pais, educadores, professores e as crianças exista sempre presente o afeto e o carinho. Para além disso, o respeito é igualmente de extrema importância.
Corrigir (só) depois de (re)começar:
Por natureza somos reativos perante o mau comportamento, perante atitudes agressivas ou desafiantes das crianças. Procuramos corrigi-las de imediato. Esperamos que esta aprenda e não repita aquele comportamento. Contudo, não adianta corrigir comportamentos quando a criança está irritada ou zangada. Nesse momento o cérebro da criança está demasiado ocupado a lidar com emoções como a raiva, injustiça, tristeza, … Assim, ela não consegue refletir e recuperar a calma. Deste modo, é importante darmos um tempo à criança e a nós próprios, para nos acalmarmos antes de conversarmos sobre o que se passou.
Saber Educar de forma Positiva, com a Disciplina Positiva é ajudar as crianças a descobrirem do que são capazes, a experimentar (dentro dos limites do bom senso). Pois só assim, estarão preparados para conseguir (sobre)viver na sociedade atual, cada vez mais exigente e impiedosa.
Sabemos que, ter uma boa autoestima e uma boa autoconfiança é meio caminho andado para uma criança ser feliz. Estudos realizados, demonstram a enorme importância que a Educação Positiva fomenta na autoestima e na autoconfiança da criança. Contudo, de salientar, que os dois conceitos, não possuem o mesmo significado. Ambos estão interligados, mas na realidade são diferentes.
A autoestima:
É a avaliação que cada um faz de si mesmo, é um sentimento que nem sempre atende à realidade, mas corresponde à descrição que fazemos de nós mesmos e da imagem que achamos que os outros têm sobre nós. Baseando-se nas nossas experiências vividas na infância, bem como a referências que tivemos e os estilos educativos, que se vai assentar a nossa futura gestão emocional. Ninguém possui a capacidade de dar autoestima, mas sim de acompanhar no desenvolvimento desta, e aqui os pais/educadores e professores desempenham um papel muito importante, já que a visão que têm e que transmitem às crianças irá influenciar no aumento ou diminuição da sua autoestima. Para desenvolver a autoestima através da Educação Positiva, tem de se ter em conta quatro pilares:
–Física– faz referência à importância que tem o respeito ao nosso corpo e aos cuidados pessoais.
–Mental – relacionada com a capacidade de estimulação da aprendizagem e da compreensão.
–Espiritual – vinculada com os valores que temos e com a essência do nosso eu interior.
–Emocional– ligada à gestão e aceitação das nossas emoções e sentimentos, assim como o desenvolvimento da nossa capacidade empática.
Deste modo, através da Educação Positiva, que incentiva um bom equilíbrio da autoestima e dos sentimentos positivos em relação a si mesmas, as crianças encontram-se num estado de harmonia pessoal, que lhes permite a não terem de depender tanto da avaliação dos seus pais ou professores, para determinar se atuaram bem ou mal, porque serão mais conscientes de todas as caraterísticas que as compõem (boas e menos boas), o que as ajudará a enfrentar os obstáculos que forem aparecendo ao longo da sua vida.
A autoconfiança:
Está relacionada com a capacidade/competência para a realização de uma determinada tarefa ou de um conjunto de tarefas. Uma criança pode ser uma ótima aluna a Matemática e ter por isso uma boa autoconfiança quando vai fazer o teste, mas ter uma baixa autoestima, porque os colegas lhe chamam de «esquisita» ou de «crânio» e isso faz com que ela se sinta excluída ou diferente. Acabando por a afetar emocionalmente (o que pode manifestar-se, por exemplo, pela falta de vontade de ir à escola ou em comportamentos agressivos). Deste modo, uma criança pode ter uma autoconfiança forte e uma autoestima baixa.
Para desenvolver uma boa autoestima e uma boa autoconfiança, é essencial para qualquer criança, uma espécie de capa invisível que protege as suas emoções e que a fará enfrentar os desafios com confiança. Para que isso aconteça a educação positiva ajuda no sentido de alterar a crença que a própria criança tem de si e conseguindo trabalhar as suas emoções.
Deste modo, é importante trabalhar crenças como, a aceitação, o gostar de si mesma, o ser responsável pelos seus comportamentos e emoções, não se comparar com os outros, não ter receio de exprimir aquilo que pensa e sente, não se culpar pelos seus erros, mas sim perceber que estes podem ser uma oportunidade para aprender, agradecer aquilo que ele(a) é, e aquilo que ele(a) atualmente possui.
Assim sendo, para educar é preciso que exista uma envolvência de vários agentes educativos, pais, avós, educadores, professores, ou seja toda uma comunidade familiar e escolar … quanto mais funcional for essa ligação, melhores serão os resultados. É importante ensinar as crianças a refletir e a aprender com os seus próprios erros, fornecendo-lhes bases sólidas, estabelecendo regras, limites e rotinas, mas sabendo igualmente respeitar a criança.
É peremptório afirmar, que será cada vez mais importante promover e apostar na Educação Positiva, quer em casa, quer na escola, pela relevância que ela assume na vida das crianças, e sobre o qual já foi anteriormente mencionado. Para além disso, os psicólogos podem dar igualmente uma enorme ajuda, sobre o aprofundamento deste tema e auxiliar em todo o processo inerente à Educação Positiva. Para que todos juntos, possamos colaborar de uma forma significativa para um saudável desenvolvimento da personalidade da criança, de forma a repercutir-se posteriormente na personalidade do adolescente e futuramente, na personalidade do adulto, contribuindo sempre para o seu bem-estar, quer a nível pessoal, social e emocional.
Se sentem que necessitam de ajuda e apoio, contem com o meu auxílio. Marquem a vossa consulta, presencial ou online!
Educação positiva; parentalidade consciente; educar com mindfulness; estilos de parentalidade; não dar palmadas; como gerir as birras sem perder a cabeça; educar sem castigos; educar com amor; pais conscientes; crianças felizes etc.
Quantas vezes ouvimos falar sobre estes temas? Quantos artigos e livros lemos em busca da parentalidade perfeita?
Parece-me que o maior desafio nesta busca reside neste último conceito. Não existe um tipo de parentalidade ou educação perfeita, nem métodos ou estratégias que se apliquem tal e qual como lemos nos livros. A parentalidade e a educação são exercícios que vão para além de seguir dicas e estratégias universais, e que exigem uma enorme capacidade de reflexão, flexibilidade e ajustes constantes. Dependem daquilo que acreditamos e dos nossos valores, das nossas prioridades e do conhecimento que temos em relação ao desenvolvimento da criança.
Estes novos conceitos vieram revolucionar aquilo que entendemos por educação e parentalidade, e colocar a autenticidade e a vulnerabilidade no centro do conceito da relação cuidador-criança, e mostrar-nos que devemos aceitar que não somos pessoas nem pais perfeitos ou que devam almejar a perfeição, e que não temos nem devemos querer ter filhos perfeitos. É todo um novo conceito, em que aceitamos que vamos dar o nosso melhor, que vamos falhar várias vezes, e que temos espaço para pedir desculpa sem medo de perder a autoridade.
Apesar de poderem existir diferenças no que toca a crenças, valores e necessidades, as teorias sobre a parentalidade consciente e a educação positiva assentam em alguns pilares importantes e que vieram desafiar os estilos de parentalidade e educação mais clássicos.
A relação com as crianças passa a basear-se na ideia do igual valor, ou seja, as emoções e opiniões da criança têm tanto valor como as do adulto e ambas as partes merecem ver a sua integridade física e psicológica respeitada. Muitas vezes esta ideia pode ser interpretada como “então, a criança pode fazer aquilo que quiser e lhe apetecer?”, o que não podia estar mais longe da realidade. Este pilar ressalva apenas a importância do respeito e da igualdade na expressão de emoções, desejos e opiniões, não descartando a existência de regras ou limites na relação com o adulto, consigo mesma e com o mundo que rodeia a criança.
Os modelos da educação positiva e parentalidade consciente, defendem que nenhuma criança se “porta mal” porque quer, sendo o papel do adulto tentar aceder às necessidades que estão por trás do comportamento, tentando perceber o que está a criança a tentar comunicar. Assim, o objetivo máximo da relação passa da ideia de exercer autoridade em busca da obediência, para a ideia de colaboração e compreensão. E é precisamente por defenderem esta premissa que estes modelos são tão importantes.
Feita esta apresentação, é importante agora abrir espaço para a reflexão, pensando sobre os seguintes pontos, essenciais ao exercício de uma educação positiva:
Vamos abandonar o peso da perfeição e abraçar a beleza de sermos nós mesmos, enquanto nos tornamos os melhores pais e pessoas que podemos ser. Se em algum momento precisar de ajuda ou aconselhamento parental, conte comigo, estou aqui para ajudar nessa maravilhosa jornada de crescimento.
A necessidade de uma presença humana efetiva na vida dos bebés e das crianças, promotora de uma experiência relacional afetiva, constitui uma condição necessária do desenvolvimento humano saudável. As experiências relacionais precoces, caraterizadas pela proximidade física e emocional, têm uma função de suporte do desenvolvimento normativo e de proteção dos fatores de risco ambientais.
Na fase inicial da vida os bebés não têm competência para regular os seus estados emocionais pelo que dependem dos cuidadores para desenvolverem a capacidade de expressar a satisfação e a angústia. Esta necessidade de regulação externa nos bebés faz com que a promoção da (auto)regulação emocional seja um objetivo fundamental das relações precoces entre cuidadores e filhos.
Esta realidade exige que esses adultos tenham a capacidade de compreender e responder adequadamente às necessidades dos bebés. Dito de outro modo, os bebés necessitam de cuidadores responsivos. A forma como os adultos respondem às necessidades dos bebés e o tipo de ligação afetiva formada entre ambos vai definindo um padrão de vinculação.
De um modo geral os cuidadores aprendem rapidamente a ler os sinais emitidos pelo bebé e a assegurar um comportamento capaz de conter a angústia expressa em limites razoáveis. Este comportamento responsivo faz emergir no bebé sentimentos de segurança, auto-controlo do comportamento e capacidade de focar a sua atenção num determinado estímulo. Habitualmente, os padrões de interação entre adulto e bebé vão sendo transformados à medida do desenvolvimento de competências do bebé e, reciprocamente, dos ajustamentos que o adulto vai introduzindo. Os padrões de vinculação definidos neste período vão organizar a capacidade de auto-regulação emocional e comportamental na vida futura.
No segundo ano de vida os bebés aumentam a participação ativa na relação com os adultos. Por exemplo, começam a expressar comportamentos que elicitam respostas específicas aos cuidadores. Esta atividade intencional permite aos bebés o reconhecimento progressivo da sua capacidade para manter a sua regulação emocional e comportamental e a satisfação das suas necessidades. Este reconhecimento permite a formação do sentido básico de individualidade no bebé.
A assunção da individualidade, produto do cuidado responsivo dos adultos e da capacidade de o bebé aproveitar as condições ambientais oferecidas, faz emergir a expressão da auto-estima na sua dupla valência de auto-confiança e expetativa face aos outros. A auto-estima constitui a base da auto-regulação e da motivação para buscar objetivos.
Nos anos seguintes, habitualmente designados de primeira infância, as crianças vão adquirindo auto-controlo, tolerância à frustração e um conjunto de emoções sociais como a vergonha, a culpa ou o orgulho. O papel dos cuidadores deve agora incidir sobre como ajudar as crianças a antecipar e lidar com as situações e a desenvolverem atitudes que permitam recuperar o equilíbrio quando estão em stresse.
Tendo em conta a realidade descrita podemos afirmar que as relações precoces são uma espécie de progenitores dos processos desenvolvimentais patológicos, tanto os que se manifestam de forma mais imediata (infância) como aqueles que apenas ganham expressão em momentos posteriores do ciclo vital (adolescência, adultez). De fato, as relações precoces são marcadores do disfuncionamento e integram o núcleo central dos critérios de disgnóstico de muitas perturbações mentais.
Embora existam diversos modelos sobre as relações precoces e as funções da educação parental é relativamente transversal elegermos a expressão de afetividade e a orientação do comportamento como as categorias principais do comportamento parental. A expressão afetiva, além de efetivar a ligação fundamental do bebé ao mundo humano, promove o sentido de segurança pessoal e facilita a construção dos mecanismos de auto-regulação do comportamento. A orientação do comportamento é representada pelas atitudes de apoio à iniciativa e exploração progressivas do ambiente, à supervisão das condições de segurança em que essa atividade é efetuada, e ao feedback transmitido nas situações bem e mal sucedidas que acontecem na vida dos filhos.
Como está proposto no tema deste artigo, a educação deve ser feita com amor e firmeza. Isso significa que são absolutamente necessárias uma expressão afetiva suficiente e responsiva e uma supervisão comportamental clara e consistente. A existência de uma expressão com baixa disponibilidade afetiva, amor condicional, rejeição, hostilidade, maus tratos físicos e/ou psicológicos contribui para a formação de diversos tipos de perturbações mentais. Do mesmo modo, a falta de uma supervisão firme que estabeleça objetivos e limites claros e promova relações de causalidade entre comportamentos e consequências assim como o excesso de autoritarismo, rigidez e estilo punitivos também contribuem para um desenvolvimento patológico.
A expressão afetiva e a orientação firme do comportamento devem assegurar a capacidade das crianças resolverem as tarefas críticas do desenvolvimento infantil. A primeira dessas tarefas é a formação de uma auto-estima positiva que expressa os sentimentos de segurança na exploração do ambiente. Essa segurança é muito alimentada pela ligação afetiva positiva estabelecida com os adultos que assumem o papel cuidador. Quando a criança não recebe a atenção que necessita aprende que não pode esperar cuidado e proteção e desenvolve uma visão negativa do ambiente. Isso leva-a a reagir com desconfiança, sentimentos de desproteção, medo de abandono e, eventualmente, hostilidade.
A segunda dessas tarefas consiste no desenvolvimento da competência social. Esta tarefa, embora também alimentada pelas relações com os adultos, depende igualmente das relações com os pares que constituem um segundo cuidador na vida humana. As habilidades mais sofisticadas que são necessárias para competir, cooperar, negociar, defender-se, construir regras e normas de conduta, questionar o que é injusto, desenvolvem-se fundamentalmente nas interações com os pares. A existência de comportamentos afetivos negativos no contexto de pares prejudica significativamente o desenvolvimento saudável.
Por exemplo, a rejeição no grupo de pares é significativamente preditiva de problemas de rendimento e abandono escolar, de ansiedade e depressão, de comportamento disruptivo e/ou delinquente, de abuso de substâncias, de suicídio, etc. As crianças rejeitadas pelos pares podem desenvolver incapacidade para estabelecer relações simétricas de colaboração onde a gestão do controlo inclui lidar com níveis significativos de incerteza. Isso pode fazer com que desenvolvam problemas na relação com a autoridade, falta de competência para expressar aceitação ou tendência para expressar rejeição, necessidade excessiva de chamar a atenção sobre si.
A terceira tarefa crítica do desenvolvimento infantil á de aquisição do otimismo aprendido. Quando os esforços da criança lhe permitem alcançar os objetivos e os adultos significativos assinalam esse fato de maneira consistente e adequada, ela desenvolve um sentido de competência e uma motivação intrínseca. Estas valências favorecem a autonomia, a curiosidade, o desejo de aprender, a motivação para a realização e a capacidade de segurança para lidar com as situações difíceis. Quando os adultos mostram crítica excessiva ou rejeição perante os fracassos da criança. Esta não desenvolve autonomia, tem dificuldade em lidar com a incerteza e responde às dificuldades com ansiedade e ineficácia e tende a antecipar resultados negativos.
Nunca é cedo demais para fortalecer os laços entre pais e filhos. Invista no futuro familiar hoje mesmo e descubra como o aconselhamento parental pode ajudá-los a construir uma conexão duradoura e uma base forte para um desenvolvimento saudável.
"Diga-me e eu esqueço, ensine-me e eu lembro-me, envolva-me e eu aprendo"
Benjamin Franklin
Por isso, reserve alguns minutos do seu dia para estar consigo próprio, para aproveitar para fazer o que você gosta, como fazer exercício físico, ler um livro, almoçar com um amigo, ou por exemplo, praticar Mindfulness: vinte minutos por dia dessa prática, e poderá realmente construir a capacidade mental para que seja mais fácil se acalmar nesses momentos de confronto, aliás vai conseguir adotar uma “postura budista”.
O diálogo, para ser eficaz, deve conter os seguintes componentes:
Conte connosco para o ajudar neste processo, por isso convido-o a marcar uma consulta, estarei aqui para vos acompanhar nesta jornada. Tome a iniciativa e dê o primeiro passo.
Temos uma equipa de profissionais nas áreas de Psicologia e Coaching, preparados para o auxiliar na sua vida!
Seja o melhor de Si_
Miguel Gonçalves
Diretor Clínico do Learn2be
Uma brincadeira interessante nesta fase é colocar o bebé ao colo, de frente para si, olhe-o nos olhos e deite a língua de fora, enquanto faz alguns sons diferentes, por vezes, é possível assistir ao bebé a colocar a língua dele de fora.
"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante."
Um privilégio que deve ser encarado com a gratidão do momento único que é o mesmo. As experiências sensoriais e as interações sociais que o bebé estabelece com o meio ambiente promovem as suas capacidades cognitivas.
O sistema visual do bebé fica mais integrado por volta das oito semanas, fica com a chamada visão estereoscópica, ou seja, as imagens dos dois olhos chegam numa imagem única às partes corretas do cérebro e aos dois meses conseguem distinguir características de uma cara.
Por isso, o toque com amor, com carinho, com gosto e disponibilidade é crucial para que o bebé se sinta seguro e isto irá permitir-lhe ser um bebé mais confiante e por consequência, mais tarde será mais autónomo e independente.
No último trimestre de gestação, o feto está habilitado a distinguir sons, não os entende, mas distingue entre vozes e música, por exemplo, o que irá ter impacto em algumas memórias implícitas. Esta capacidade permite ao bebé sentir-se mais seguro quando já cá fora, ouve a voz da mãe. Os sons são estímulos muito importantes.
Assim, através do olfato o bebé estabelece a incrível proeza de detetar o mundo novo extrauterino antes mesmo de as tentar focar com a visão. Não é incrível?!
Assim, se a mãe durante a gravidez comia com grande frequência determinado alimento, é muito habitual o bebé reconhecer esse sabor durante a amamentação se também nesta fase a mãe o ingerir.
Mais importante que estudar, é aprender a estudar.
Há ainda outros fatores que influenciam a qualidade do estudo, como a alimentação que o aluno tem e a qualidade das suas horas de descanso. Neste sentido, cada aluno tem um conjunto de características internas e externas que vão influenciar o seu rendimento escolar.
Se estivermos desconfortáveis fisicamente, cansados, com fome, com sono ou com dores, ou perturbados emocionalmente, com ansiedade, medo, tristeza, raiva ou culpa, dificilmente vamos conseguir ter um bom rendimento no que quer que seja. O mais provável é não conseguirmos aceder aos recursos que estão dentro de nós e bloquearmos ou enganarmo-nos no que estamos a tentar fazer.
O mais comum, quando um aluno começa a demonstrar algumas dificuldades de aprendizagem, é os pais colocarem-no em explicações e exigirem mais “trabalho” ao seu filho ou filha.
No meu entender, esta atitude por si só, é contraproducente.
Se o que está a atrapalhar o aluno, são questões emocionais e relacionadas com o seu desenvolvimento psíquico e emocional, mesmo com as explicações o problema não vai ficar resolvido. É como tentar-se encher um balão que está furado: até o conseguimos encher, mas passado pouco tempo está vazio outra vez.
O mesmo se passa com as nossas crianças: com as explicações eles até conseguem reter algum conhecimento, mas este não é assimilado, porque a psique da criança está mais preocupada em resolver as questões emocionais que lhe pesam na alma.
E depois, estas explicações podem até ter um factor secundário muito prejudicial para a criança. Que é a baixa autoestima. A criança sente que por muito que se esforce e por muito que trabalhe, não consegue atingir os objectivos esperados e não consegue valer às expectativas dos seus pais.
A criança começa a sentir-se pouco inteligente, e com o arrastar da situação, pode até mesmo acreditar nisso.
Antes de mais, tem que se perceber muito bem o que está a prejudicar a criança no seu desempenho escolar.
Para isso o mais indicado é realizar uma Avaliação Infantil, ou se tivermos a falar de um adolescente, um Teste Vocacional de Perfil. Desta forma, vamos perceber ao certo, qual o problema e o que é que está a prejudicar aquele aluno, a ter o sucesso escolar que merece.
No Learn2Be, os seus técnicos, por terem uma vasta experiência e conhecimentos na área da Psicologia, estão muito treinados em identificar e ajudar a resolver os factores que estão a prejudicar o rendimento escolar do aluno.
Apenas algumas sessões de Psicologia Infantil ou de Psicologia do Adolescente, podem ser bastantes proveitosas para os alunos, possibilitando que estes desbloqueiem inúmeras situações e características que atrapalham na sua vida no geral.
O objectivo destas consultas especificas, é desbloquear estas características psicológicas e emocionais que podem provocar um mau aproveitamento escolar e ajudar o aluno a reencontrar a sua segurança pessoal e a alegria que é aprender coisas novas e sentir-se com capacidades para superar os desafios que lhe surgem.
Outro objectivo, não menos importante, nas consultas em que surgem estas temáticas, é ensinar a criança ou o adolescente a estudar, ou seja, a capacitação de competências de estudo.
Conhece aquela celebre frase: “se quer ajudar alguém, não lhe dê peixe, ensina-o a pescar”
Ajudar a criança ou o adolescente a perceber e assimilar da melhor forma os conteúdos escolares passa não só pela reformulação da forma de explicar e ensinar, como também pela capacitação de competências de estudo.
A criança ou o adolescente, desta forma, adquire competências de estudo que a capacitam, para melhor perceber e interpretar os conteúdos escolares, mesmo quando o estudo for individual, o que se traduz num sentimento crescente de segurança e num estudo mais conciso e assente em pressupostos correctos que se mantêm a médio – longo-prazo.
Acaba por ser um trabalho muito proveitoso, um trabalho que fica para a sua vida toda.
Depois de o aluno resolver as suas questões emocionais e aprender a estudar, qualquer explicação que venha a ter, vai ser muito mais prazerosa e eficaz e ele próprio ganha segurança que mesmo sozinho é capaz de aprender e ter bons resultados, o que na verdade, vai influenciar muito a forma como ele, ou ela, vai viver a sua vida futura.
Miguel Gonçalves
Diretor Clínico do Learn2be
Embora muitos acreditem que a “infância é a melhor fase da vida de uma pessoa”, infelizmente isso nem sempre é verdade. Enquanto as depressões do adolescente e sobretudo as do adulto já estão há muito descritas e comentadas, a das crianças e sobretudo, as mais pequenas, ficaram até pouco tempo atrás, no silêncio, como se estas não pudessem senão ser poupadas pelo sofrimento de uma moral que não tinham acesso, isto porque, não se acreditava que as crianças pudessem sofrer deste tipo de perturbação emocional.
Apenas à cerca de umas décadas atrás, começou-se a tomar lentamente a consciência de que efetivamente as crianças podem sofrer deste problema, e que quando isto acontece é tão difícil para elas como para os adultos.
Muitas depressões da criança, poderão estar ligadas a um acontecimento vital, como por exemplo, a separação dos pais, mudança de escola, mudança de região ou país, a permanência num hospital, ou numa casa de acolhimento, falecimento de algum dos pais, ou irmão, ou de alguém muito próximo…
A criança pode expressar esse quadro depressivo de uma forma mais ou menos evidente, pois varia de acordo com as caraterísticas da própria criança, ou seja, a depressão infantil pode ser manifestada por diferentes sintomas, (muitos deles, diferentes dos adultos e dos adolescentes). Por exemplo, a depressão de um bebé, não tem as mesmas caraterísticas comportamentais da depressão de uma criança de 5-6 anos ou de uma criança de 10-12 anos. Isto porque, quando as crianças são pequenas, têm menos capacidade de se expressar e podem apresentar choro intenso ou irritabilidade, agressividade e queixas somáticas. Deste modo, o quadro semiológico da depressão da criança é, portanto, muito menos preciso do que a depressão do adulto.
As crianças em idade escolar, podem manifestar um humor irritável ou rabugento, com uma fraca concentração, memorização e consequente queda acentuada do rendimento escolar. Podem manifestar um certo isolamento e até tornarem-se agressivas, recusando-se a participar nas atividades e jogos coletivos.
É aqui que a Depressão Infantil se apresenta na sua forma atípica, escondendo os verdadeiros sentimentos depressivos sob uma máscara de irritabilidade, de agressividade, hiperatividade e rebeldia. O pensamento pode estar confuso, pois os sentimentos estão exacerbados.
Contudo, apesar de algumas crianças poderem apresentar a depressão de uma forma atípica, alguns dos casos apresentam os designados, sintomas clássicos, tal como nos adultos, onde predomina a tristeza, ansiedade, expectativa pessimista, mudanças nos hábitos alimentares, no sono ou, por outro lado, problemas físicos, fadiga, cólicas intestinais, dores inesperadas, fraqueza, tonturas, mal-estar geral e desinteresse pelas atividades que habitualmente eram interessantes.
As famílias, os professores e as pessoas mais próximas, apercebem-se das mudanças na criança, mas na maioria das vezes podem não compreender a sua causa, pelo que muitas vezes, tendem a adiar a procura de ajuda profissional. Até porque, o sentir-se triste ou com raiva devido a perdas ou frustrações são na maioria das vezes, sentimentos normais e passageiros, e até nem necessitam de tratamento. No entanto, dependendo da intensidade, da persistência e da presença de outros sintomas, essa tristeza e a irritabilidade podem ser indícios do desenvolvimento de um quadro depressivo infantil. Assim, os traços que apontam para a doença só são percebidos muitas vezes quando passam a compor um quadro de atitudes e comportamentos muito salientes e frequentes.
As consequências da depressão infantil, possuem um índice de prevalência cada vez maior, pelo que se deve iniciar um tratamento precoce, evitando dessa forma, maiores danos futuros. Até porque, estudos recentes, sugerem que a maioria dos adultos deprimidos começou a ter esses problemas quando era criança, daí a importância de recorrer à ajuda de profissionais especializados.
Assim, é necessário estar atento pois, diante da suspeita de depressão é importante a procura de uma intervenção psicológica que permita não só a diminuição da sintomatologia depressiva, como também a promoção de um desenvolvimento saudável e adaptativo, proporcionando um ajuste socioemocional destas crianças, ajudando-as a enfrentar as suas dificuldades agora e futuramente.
Se sentem que necessitam de apoio, marquem a vossa consulta, podem contar com a minha ajuda!